24/08/2021 10h39
Foto: Divulgação
A greve de funcionários das linhas 11 - Coral, 12 - Safira e 13 - Jade da CPTM na manhã desta terça-feira (24) fez a prefeitura de São Paulo suspender o rodízio de veículos e acionar o sistema Paese, que oferece transporte alternativo durante período de emergência.
O Metrô afirma que reforçou a operação da Linha 3-Vermelha com mais trens e liberou a integração gratuita nas estações Itaquera e Tatuapé. Demais linhas do Metrô operam normalmente.
Por causa da greve, a SPTrans acionou o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) desde 4h entre as estações Jd. Romano e Tatuapé.
Segundo o presidente da CPTM, Pedro Moro, os ônibus da operação Paese foram acionados para minimizar o impacto da paralisação, mas não conseguem atender a demanda de passageiros e prestar o serviço na mesma velocidade.
"Um trem da CPTM comporta cerca de 2, 2 mil pessoas. Um ônibus transporta 60. Então, para você atender toda a demanda, não há ônibus suficiente. Nós solicitamos todos os ônibus que pudemos, por que é uma frota reserva da companhia para poder atender, mas infelizmente não dá conta de todo o movimento", afirmou.
Proposta de reajuste
O sindicato que representa as linhas 11- Coral, 12 - Safira e 13 - Jade pedem reposição da inflação e retroativo pago em agosto e setembro. A CPTM oferece reajuste de 4% em agosto de 2021 e 6% em janeiro de 2022, com parcelamento do retroativo a partir de fevereiro de 2022.
O secretário-geral do sindicato, Múcio Alexandre Bracarense, afirma que a categoria tenta negociar há dois anos, e relata o descaso e desrespeito nas tratativas com a empresa.
Segundo ele, o sindicato foi chamado pelo secretário de Transportes para uma conversa e, após mais de duas horas de espera, o encontro foi cancelado.
Ele também afirma o governo tenta mudar a narrativa da greve para colocar a população contra. Bracarense diz que a categoria não pleiteia aumento, mas, sim, um reajuste. "Ninguém está falando em aumento. Estamos falando em reajuste", diz.
Ainda de acordo com o secretário-geral, 65 a 70% dos trabalhadores ganham em torno de R$ 3,5 mil. "Existe um reajuste que tem que ser retroativo a março do ano passado e a março deste ano. Que isso não seja feito em dez parcelas. (...) Queremos que o governo nos faça uma proposta realmente possível de ser aceita. Pague um retroativo em agosto e outro em setembro".
Paralisação e liminar
Juntas, as três linhas atendem a 560 mil passageiros por dia útil. A paralisação, decidida após assembleia na noite da segunda-feira (23), é por tempo indeterminado.
Em decisão liminar feita a pedido da CPTM, o desembargador Rafael E. Pugliese Ribeiro determinou que os grevistas mantenham pelo menos 70% dos trens funcionando e dos funcionários trabalhando nos horários de pico.
A exigência vale para os períodos das 5h às 9h e das 17h às 20h. No restante do dia, os grevistas devem manter em funcionamento, pelo menos, 50% dos trens.
A última greve de funcionários da CPTM aconteceu em 15 de julho e afetou quatro linhas: 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa.
Metrô, ônibus e rodízio
A prefeitura de São Paulo suspendeu o rodízio municipal de veículos - placa com final 3 ou 4. A prefeitura também informou que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai implementar medidas operacionais para "melhorar a fluidez de ruas e avenidas".
A Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) informou que haverá suporte à CPTM, com reforço de suas linhas intermunicipais para atender passageiros dos trens nos corredores afetados.
Já a SPTrans informou que o Plano de Atendimento entre Empresas de Transporte em Situação de Emergência (Paese) foi acionado a partir das 4h desta terça a pedido da CPTM, entre as estações Jd. Romano e Tatuapé.
Para garantir o deslocamento dos usuários e atender o trecho entre as duas estações será implantada a linha especial com 12 veículos.
Fonte: G1