05/04/2022 08h46
Foto: Divulgação
A Hidrovia Tietê-Paraná, administrada pelo Departamento Hidroviário de São Paulo, voltou a operar com a capacidade plena. A retomada ocorreu de forma gradativa há duas semanas, com calado (distância entre a ponta do casco e o nível da água) inicial de 2,40 m. Agora, é possível embarcação navegar com calado máximo de 2,70 m e sem ondas de vazão.
O trecho mais atingido por conta da falta de chuvas na região, desde agosto do ano passado, foi o do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama -- entre Pederneiras (SP) e São Simão (GO), e por onde normalmente são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira.
Segundo o secretário de Logística e Transportes, João Octaviano Machado Neto, a expectativa é recuperar o tempo perdido e transportar os níveis recordes da produção de agronegócio do país. “Temos um corredor logístico de commodities que engrossa o PIB brasileiro e leva mais emprego e renda para as populações de São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás”, destaca.
Ganho ambiental
Pela hidrovia são escoadas as produções agrícolas para os reservatórios de Três Irmãos e Ilha Solteira com destino a São Simão (e vice-versa). Dos 2,4 mil km de extensão de toda a hidrovia Tietê-Paraná, 800 km estão no Estado de São Paulo sob responsabilidade do DH.
Os outros estados cortados pelo modal fluvial são Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Minas Gerais, numa região de 76 milhões de hectares, onde é gerada quase a metade do PIB brasileiro.
O transporte de cargas por hidrovia representa um importante ganho ambiental, já que cada comboio transporta em cargas o equivalente a 200 carretas pelas rodovias, o que também representa uma diminuição significativa na emissão de gás carbônico. A emissão de CO2 na hidrovia é quase seis vezes menor que na rodovia e duas vezes menor que na ferrovia. Quanto ao consumo de combustível, ele é 100% menor na hidrovia comparado à ferrovia e quase 20 vezes menor em relação à rodovia.
Níveis recordes
Antes da paralisação do pedral de Nova Avanhandava, em Buritama, a Tietê-Paraná, no trecho São Paulo, vinha transportando níveis recordes da produção agrícola brasileira, principalmente de soja e milho. Em 2020, somou 2,1 milhões de toneladas de cargas transportadas, mesmo com a pandemia. No ano anterior (sem covid-19), a movimentação foi de 2,5 milhões de toneladas no trecho de São Paulo, administrado pelo DH.
A hidrovia integra um grande sistema de transporte multimodal, apresentando-se como alternativa de corredor de exportação, conectando seis dos maiores estados produtores de grãos: Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As principais cargas que opera são: milho, soja, farelo de milho e soja, óleo, madeira, carvão, cana de açúcar e adubo.
O Governo de SP está concluindo as obras para implantação do canal de montante da eclusa de Ibitinga, com investimento de quase R$ 10 milhões, e o desassoreamento, derrocamento e ampliação de vãos de pontes, manutenção e implantação da sinalização náutica, o que promove mais segurança da navegação fluvial.