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Transporte Aquaviário

Ibama identifica óleo próximo a navio encalhado no Maranhão

Identificação foi feita por aeronave equipada com sensores especiais

29/02/2020 15h07

Foto: Ibama - Divulgação

Uma mancha de óleo de pouco mais de 1,6 quilômetro de diâmetro foi avistada próximo ao navio-cargueiro que encalhou e tombou a cerca de 100 quilômetros da costa brasileira, no canal da Baía de São Marcos, no Maranhão, com cerca de 275 mil toneladas de minério de ferro pertencente à empresa Vale.

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a mancha de óleo foi identificada por uma aeronave equipada com sensores especiais que sobrevoou a área.

Além de quase 300 mil toneladas de minério de ferro, o navio MV Stella Banner é capaz de transportar até 4 milhões de litros de combustível e óleo. Oficialmente, o volume armazenado no tanque da embarcação não foi confirmado. O navio saiu do Terminal Marítimo de Ponta da Madeira, em São Luís, e iria para a China.

O Stella Banner pertence à empresa sul-coreana de navegação Polaris Shipping, mas navega com a bandeira das Ilhas Marshall, paraíso fiscal localizado na Micronésia onde a embarcação está registrada.

Este é o segundo navio da Polaris Shipping a apresentar problemas após deixar o Brasil carregando minério. Em março de 2017, o Stellar Daisy naufragou após a tripulação comunicar que havia água entrando no navio, que estava adernando a cerca de 2.400 km da costa do Uruguai. Dias depois do pedido de ajuda, dois tripulantes foram resgatados, mas 22 trabalhadores que estavam a bordo do navio jamais foram encontrados.

Segundo o Ibama, foi o próprio comandante do Stella Banner quem manobrou para encalhá-lo, de propósito, em um banco de areia de uma área de menor profundidade do canal da Baía de São Marcos. A manobra serviu para evitar que a embarcação naufragasse ou ficasse à deriva depois que o comandante constatou que a água do mar estava entrando no navio por uma fissura na proa. O incidente ocorreu na última segunda-feira (24). Os 20 tripulantes foram retirados do navio em segurança.

A pedido da Vale, a Petrobras já deslocou para o local navios apropriados para recolher o óleo. Além disso, boias especiais serão preventivamente espalhadas próximas ao navio para tentar impedir que o combustível se disperse. Especialistas contratados pela Polaris Shipping, dona do navio, comunicaram ao Ibama que os tanques do navio estão intactos e os motores de geração de energia funcionando normalmente.

“Como operadora portuária, a Vale reforça que seguirá atuando no caso com total suporte técnico-operacional e colaboração ativa com as autoridades marítimas”, garantiu a mineradora.

A Marinha informou, em nota, que fez nesta sexta-feira uma reunião com representantes da Vale, do Ibama, da Ardent Global, da Gerência Ambiental do Porto do Itaqui e Agentes Marítimos para "manter tratativa sobre as ações desenvolvidas e definir um plano para realização de mergulho na localidade, visando mensurar a extensão dos danos ocorridos na altura dos tanques de lastro, localizados na proa do navio."

Segundo a Marinha, uma equipe especializada contratada pela empresa responsável pelo navio verificou que os demais tanques da embarcação estão intactos. "A casa de máquinas está seca e os motores de geração de energia estão em funcionamento", diz a nota. A Marinha também disse que está operando em coordenação com rebocadores que estão na área e que está coletando dados para um inquérito administrativo.