30/03/2022 15h38
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Com alta de 0,56%, a inflação “na porta da fábrica” acumula alta de 20,05% em 12 meses. A informação é do IBGE e foi divulgada nesta quarta-feira (30). Em fevereiro, o Índice de Preços ao Produtor (IPP) das Indústrias Extrativas e de Transformação variou 0,56%, frente aos preços do mês anterior. O IPP se baseia no preço dos produtos excluindo frete e impostos.
No mês passado, as indústrias extrativas puxaram a alta (8,34%), enquanto as indústrias de transformação variaram 0,13%. Neste grupo, destaques para as quedas nos valores cobrados pelo fumo (-2,92%) madeira (-2,73%) e metalurgia (-2,55%).
Das 24 atividades que integram o IPP, 15 apresentaram alta de preços. Entre as grandes categorias econômicas, a inflação na porta das fábricas superou o índice médio em bens de consumo (0,65%) e bens de capital (0,64%). Já os bens intermediários tiveram alta de 0,5%.
O analista da pesquisa, Murilo Lemos Alvim, afirma que, mesmo com a desaceleração, não se pode garantir que há uma tendência de queda. Ele explica que parte da alta em ritmo menor está relacionada à queda da cotação do dólar. “O resultado de fevereiro tem ligação com a variação cambial, pois o mês registrou a maior queda do dólar em 20 meses. A moeda norte-americana caiu cerca de 6%", destaca.
Ele diz que todos os maiores impactos no mês foram influenciados pela queda no valor da moeda norte-americana ante o real. "Há diversos produtos exportáveis e isso se reflete no preço que será recebido pelo produtor em real; se o dólar cai ele vai receber menos. Há ainda vários setores que dependem de insumos importados, com o dólar mais baixo o preço desses insumos ficará mais baixo”, analisa Alvim.