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Transporte Aquaviário

Importações de fertilizantes ganham força no Arco Norte

Os principais portos do Arco Norte – Santarém e Belém (PA), Itaqui, em São Luís, e Salvador – movimentaram 4,4 milhões/t

05/08/2022 16h35

Foto: Divulgação

À medida que o cultivo de grãos avança na confluência entre Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia (Matopiba) e no norte do Mato Grosso, os portos do Arco Norte tornam-se mais atraentes para os prestadores de serviços logísticos. E, assim como os embarques de soja, as importações de adubos também ganham espaço nessa parte da costa.

Os principais portos do Arco Norte – Santarém e Belém (PA), Itaqui, em São Luís, e Salvador – movimentaram 4,4 milhões de toneladas de adubos entre janeiro e junho deste ano. O volume, que correspondeu a 25% de todas as importações do país no período, é 39% maior que o do primeiro semestre de 2021.

“O aumento está diretamente relacionado à expansão da soja em Matopiba e no norte de Mato Grosso”, resume Luigi Bezzon, analista de fertilizantes e óleos vegetais da consultoria americana StoneX e autor do levantamento, feito com base em dados do governo federal.

A expansão do cultivo de grãos nessas regiões impulsionou mudanças estruturais em estradas e portos. Segundo Bezzon, o aumento de oferta de caminhões, por exemplo, melhora os preços de frete porque o produtor pode enviar os grãos para o porto e trazer adubo para o interior quando os veículos fizerem o trajeto de retorno.

Os embarques de soja pelo Arco Norte cresceram 8% no intervalo entre janeiro e junho e diminuíram 16% no Centro-Sul, segundo a StoneX (ver quadro). Itaqui e Salvador destacam-se na região, mas a movimentação no terminal maranhense é maior.

No primeiro semestre, a chegada de fertilizantes por Itaqui cresceu 51%, para 1,62 milhão de toneladas, de acordo com o levantamento, e os embarques da oleaginosa cresceram 19%, para 7,1 milhões de toneladas. “Os portos com chegada de ferrovia, como Itaqui, fazem todo o sentido [como alternativa logística para o interior]”, diz Marcos Pepe Bertoni, diretor de operações da Corredor, Logística e Infraestrutura (CLI).

Controlada pela gestora IG4 Capital, a empresa, que recentemente adquiriu dois terminais da Rumo em Santos, é uma das quatro que formam o Consórcio Tegram, responsável pelas operações de grãos no porto do Maranhão. Bertoni diz que a empresa olha com interesse para a prestação de serviços no mercado de adubos.

Carga de retorno

Segundo ele, as exportações de grãos em Itaqui estão avançando com rapidez, então “fatalmente” será necessário pensar em carga de retorno para melhorar os custos para o cliente. “É necessário amarrar a logística para melhorar a efetividade”, avalia. A CLI espera movimentar 4 milhões de toneladas de grãos em 2022.

A Companhia Portuária Operadora do Itaqui (Copi), dos grupos Fertipar e Rocha, lidera as importações de adubos no porto maranhense. Responsável por 80% do volume de fertilizantes recebidos no terminal – em 2021, o porto de Itaqui movimentou 3,2 milhões de toneladas do insumo -, a empresa pretende ampliar os serviços.

Em outubro, o terminal planeja inaugurar um projeto resultante de parceria com a VLI, gigante de transporte ferroviário. As duas obras do pacote – entre elas a adaptação da estrutura portuária para carregar vagões e enviar adubos para Palmeirante (TO) via modal ferroviário -, que receberão investimentos de R$ 300 milhões, estão 90% concluídas. Hoje, os carregamentos saem do porto de caminhão.

Em Palmeirante está em fase de conclusão um terminal de recebimento de adubos integrado às operações de grãos da VLI. “É um novo corredor logístico”, disse Guilherme Eloy, CEO da Copi, ao Valor. “E a demanda já existe”.

Inicialmente, a Copi espera uma transferência de migração de modais, do rodoviário para o ferroviário, com possibilidade de aumento de volumes. O entorno do terminal em Tocantins deverá gerar um novo polo de misturadoras, acredita o executivo.

Fonte: Valor Econômico