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Sustentabilidade

Indígenas de Rondônia e Mato Grosso lançam criptomoeda OYX

Serão emitidas inicialmente 100 milhões da OYX, com valor de R$ 10 a unidade

12/11/2020 08h51

Foto: Divulgação

Em meio a dificuldades enfrentadas pelas comunidades tradicionais por causa da pandemia da Covid-19, comunidades indígenas de Rondônia e de Mato Grosso se uniram em torno de uma ação inovadora para auxiliá-los nessa situação de emergência. Foi lançada nesta quarta-feira (11) a OYX, uma criptomoeda mundial indígena transcultural.

As criptomoedas são moedas virtuais, armazenadas em carteiras digitais, que podem estar online ou instaladas em computadores ou celulares. Elas funcionam por meio de um código complexo, único e que não pode ser alterado isoladamente.

O recurso foi idealizado por Elias Oyxabaten Suruí, do povo Suruí Paiter, que se uniu aos Cinta Larga, dois povos que são tradicionais rivais. “É uma ideia minha de união. A intenção é trabalhar com os dois povos e mostrar serviço para auxiliar as duas comunidades na região”. Juntos, os Suruí Paiter e os Cinta Larga somam cerca de 4 mil pessoas.

OYX é a abreviação do sobrenome de Elias, que significa homem persistente. A porta-voz da OYX, Adriana Siliprandi, explica que a ideia é permitir que as aldeias possam criar novos projetos econômicos com autonomia.

“A premissa da iniciativa não é de servir de aplicação financeira. Embora a OYX seja anunciada como uma criptomoeda, trata-se, na realidade, de um token utilitário [gerador de senha], uma espécie de criptoativo, mas que, à diferença do bitcoin, por exemplo, não tem características de investimento, como perspectivas de remuneração ou de valorização em mercado secundário”.

Serão emitidas inicialmente 100 milhões de OYX, com valor de R$ 10 a unidade. Segundo Adriana, as aplicações poderão ser feitas em reais. “A ideia é que o token seja pareado com a moeda brasileira”. Entre os objetivos de arrecadação estão a construção de escolas, compra de sementes e equipamentos e ações de saneamento.

Sem auxílio

Segundo Elias, que trabalha no Distrito Sanitário da Saúde Indígena, os Suruí Paiter e os Cintas-Largas mantêm o modo de vida tradicional indígena, tendo como base de sobrevivência a pesca, a plantação, o artesanato e a agricultura. Porém, nos últimos meses esses povos lutam contra a fome, a Covid-19, o garimpo ilegal, o agronegócio e o desmatamento.

A arrecadação conseguida com a criptomoeda será usada para construir e manter projetos nas regiões onde vivem esses povos, nos estados de Rondônia e Mato Grosso, garantindo uma renda mínima, segurança alimentar e integração das aldeias. O lançamento da OYX ocorreu durante o evento online Blockchain Connect 2020.