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Economia

Inflação fica em 0,26% em julho, pressionada por energia elétrica

No acumulado em 12 meses, entretanto, IPCA ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores

12/08/2025 11h30

Foto: Divulgação

A inflação oficial do país ficou em 0,26% em julho, praticamente em linha com o mês anterior quando foi de 0,24%, informou nesta terça-feira (12), o IBGE.

O resultado mensal foi novamente pressionado pela alta de 3,04% da energia elétrica residencial, que registrou o maior impacto individual no índice (0,12 ponto percentual). Se fosse descontada a energia elétrica no cálculo da inflação, o resultado do IPCA de julho ficaria em 0,15%, segundo o informou o IBGE.

“De janeiro a julho, energia elétrica residencial acumula uma alta de 10,18%, destacando-se como o principal impacto individual (0,39 p.p.) no resultado acumulado do IPCA (3,26%). Esta variação (10,18%) é a maior para o período janeiro a julho desde 2018 quando o acumulado foi de 13,78%.”, destacou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Abaixo do esperado pelo mercado

Pesquisa da Reuters apontou que a expectativa de analistas para o IPCA de julho era de alta mensal de 0,37%, acumulando em 12 meses alta de 5,33%.

No ano, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo acumula alta de 3,26%.

No acumulado em 12 meses, o índice ficou em 5,23%, abaixo dos 5,35% dos 12 meses imediatamente anteriores. Em julho de 2024, a variação havia sido de 0,38%.

Ainda que essa tenha sido a taxa em 12 meses mais baixa desde fevereiro (+5,06%), a inflação permanece acima da meta contínua — 3,0% medida pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

A expectativa atual do mercado para a inflação no Brasil este ano é de 5,05%, segundo o último boletim Focus do Banco Central.

Preços de alimentos têm queda

A boa notícia foi a deflação do grupo Alimentação e bebidas, que apresentou variação negativa (-0,27%) na passagem de junho para julho, assim como os grupos Vestuário (-0,54%) e Comunicação (-0,09%). Os demais grupos de produtos e serviços pesquisados ficaram entre o 0,91% de Habitação e o 0,02% de Educação.

Já a inflação de serviços acelerou para 0,59% em julho.

Os preços dos alimentos caíram pelo segundo mês consecutivo (em junho, a variação foi de -0,18%). A queda em julho foi puxada pela alimentação no domicílio (-0,69%), com destaque para batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). Já a alimentação fora do domicílio acelerou de 0,46% em junho para 0,87% em julho, com destaque para o subitem lanche, que subiu de 0,58% em junho para 1,90% em julho.

“Sem a contribuição dos alimentos, a inflação seria de 0,41%. As altas no grupamento de alimentação fora do domicílio refletem o período de férias”, explicou o gerente.

O índice de difusão, que mede o percentual de itens com alta de preços no mês, ficou em 50%, o menor percentual em 1 ano, indicando melhora mais ampla da dinâmica inflacionária.

“É provável que o mercado comece a considerar seriamente cortes de juros este ano e com maior intensidade”, avaliou o economista André Perfeito. “Que pese a dinâmica fiscal que deve piorar na perspectiva da ajuda que o governo fará aos setores afetados, de maneira geral o quadro inflacionário é nitidamente benigno”, acrescentou.

No final de julho, o Banco Central decidiu interromper o ciclo de alta nos juros básicos ao manter a Selic em 15% ao ano, ressaltando que antecipa a manutenção da taxa nesse patamar por período “bastante prolongado”.