Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Economia

Isenção do IR até R$ 5 mil não corrige defasagem da tabela

Levantamento da Unafisco mostra que tabela do IR acumula defasagem de até 182%

08/11/2025 08h28

Foto: Divulgação

A aprovação, pelo Senado, da isenção do IR (Imposto de Renda) para quem ganha até R$ 5 mil representa um avanço relevante no sistema tributário brasileiro. A medida, que deve beneficiar cerca de 15,5 milhões de pessoas, terá impacto direto no orçamento das famílias e no estímulo à economia, além de responder a uma demanda social antiga.

A Unafisco Nacional foi uma das primeiras entidades a cobrar o cumprimento da promessa de campanha feita pelo presidente Lula: ampliar a faixa de isenção do IR e promover maior justiça tributária. Desde o início do governo, a entidade apresentou estudos técnicos, mobilizou parlamentares e usou todos os espaços institucionais disponíveis para denunciar a defasagem da tabela do IR e o peso desproporcional suportado por assalariados de baixa e média renda.

“Filho bonito tem muito pai, mas é bom lembrar quem começou a cobrar. A Unafisco esteve na linha de frente desde o início, insistindo que o governo precisava cumprir sua promessa. Fizemos pressão legítima e mostramos, com números, o que precisava ser feito”, afirma Mauro Silva, presidente da entidade.

Apesar do alívio tributário para milhões de brasileiros, o presidente da Unafisco faz um alerta: a classe média continua penalizada. “A tabela não foi integralmente corrigida. Quem ganha acima de R$ 7.350 por mês segue sendo tributado com base numa tabela congelada há quase 30 anos. Isso mantém um nível elevado de injustiça para quem ocupa cargos técnicos, gerenciais ou tem remuneração pouco acima da média”, avalia Mauro.

Ele lembra que se a correção fosse completa, o impacto positivo se estenderia também às faixas superiores, promovendo uma redução mais ampla da carga sobre assalariados. “Não é porque houve um avanço que o Congresso corrigiu a injustiça. A política não funciona assim. Essa vitória só veio porque houve articulação, dados e pressão da sociedade civil organizada, e a Unafisco cumpriu esse papel”, conclui.

A entidade reafirma que continuará atuando para que a correção da tabela do IRPF não fique pela metade e que as próximas etapas da reforma tributária levem em conta a progressividade, o combate às desigualdades e a valorização do trabalho.