Foto: Divulgação 

A capacidade média oferecida do Extremo Oriente à Costa Oeste dos EUA (USWC) caiu para seu nível mais baixo desde fevereiro nas últimas quatro semanas. Durante este período, uma média de 275.000 TEUs navegaram da Ásia para o USWC, cerca de 50.000 TEUs a menos do que durante o pico no início de agosto, de acordo com um relatório da Xeneta.

Em comparação com as mesmas quatro semanas de 2021, a capacidade ofertada foi reduzida em 13%, o que equivale à retirada de 21 navios de 8.000 TEUs, que é o tamanho médio dos navios nesta rota. No acumulado do ano, a capacidade oferecida do Extremo Oriente ao USWC é pouco mais de 600.000 TEUs inferior ao mesmo período do ano passado (-5,4%).

Perante esta queda significativa de capacidade, a queda da procura tem sido mais pronunciada. Durante os primeiros sete meses do ano, o número de contêineres do Extremo Oriente ao USWC caiu pouco menos de 700.000 TEUs. Em relação a 2019, a capacidade nesta rota aumentou 240.000 TEUs, enquanto a demanda aumentou 890.000 TEUs em relação aos primeiros sete meses de 2019.

As linhas de navegação aumentaram o número de viagens em branco (cancelamentos de horários) em resposta ao colapso das tarifas spot. Nas últimas 12 semanas, segundo a Xeneta, as taxas spot caíram 46,3%, com média de US$ 4.150/FEU em 20 de setembro. De acordo com os números de Drewry, as taxas spot também não são encorajadoras para as companhias marítimas, já que o comércio Shanghai-Los Angeles mostra uma queda semanal de 11% ou US$ 473 para US$ 3.779/FEU. Números que obviamente não condizem com a gestão das companhias marítimas que eliminaram 1,5 milhão de TEUs de capacidade no período de 12 semanas mencionado.

Apesar de ser a tradicional alta temporada do ano, quando as viagens em branco normalmente diminuem à medida que os volumes aumentam, as últimas semanas viram os níveis mais altos de cancelamentos de itinerários desde janeiro e início de fevereiro como a alta temporada.

De acordo com a Sea-Intelligence, as viagens em branco têm sido a maneira preferida das companhias de navegação de combinar a oferta com a demanda; o que se poderia chamar de "navegações táticas" programadas para controlar o mercado. No entanto, as velas em branco lançadas recentemente são mais do tipo "forçadas",

Impacto em Los Angeles e Long Beach

O Alphaliner também fornece dados que confirmam a queda na atividade da frente do porto. Assim, por exemplo, em agosto o porto de Los Angeles deu o primeiro sinal significativo de desaceleração ao movimentar 805.672 TEUs, valor 15,5% inferior ao mesmo período do ano anterior. As importações foram as mais atingidas, caindo quase 17% e voltando aos níveis vistos pela última vez em 2014.

No entanto, a consultora hesita em estabelecer um diagnóstico definitivo, pois o quadro que obtém não é claro, já que muitos outros portos dos EUA, notadamente Long Beach no USWC e Savannah no USEC, estão tomando o alívio na mobilização de carga.

No geral, as importações de contêineres dos EUA continuam crescendo em comparação com o ano passado e também estão se mantendo firmes mês a mês. Assim, pode-se supor que, em parte, o negócio está sendo distribuído por um número maior de portos.

Confiabilidade aprimorada e atrasos reduzidos

Alguns aspectos positivos - mas sim de consolo, dado o cenário de recessão econômica incipiente - em termos dos desenvolvimentos mais recentes do setor são apontados por Xeneta, que destaca que à medida que o número de navios que escalam no USWC diminui, a confiabilidade do itinerário melhorou, atingindo seu nível mais alto desde que o congestionamento atingiu durante os meses de verão do norte do ano passado em 27,1%. Isso é 11 pontos percentuais melhor do que no ano passado, com cerca de um em cada quatro navios chegando a tempo, em comparação com um em cada seis em 2021.

O atraso médio dos navios que chegaram atrasados ​​também foi reduzido para 9,6 dias. Embora esses números ainda não sejam impressionantes, eles representam uma queda no tempo médio gasto nesta rota, o que significa que a capacidade total implantada diminuiu ainda mais do que a capacidade oferecida semanalmente.

Fonte: Mundo Marítimo