Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Artigo

Jequié Desenvolve, a volta da Capital Regional

Fábio Rocha e Augusto Souza

03/02/2021 09h00

Foto: Divulgação

Na última semana escrevi um artigo denominado “Salvador Desenvolve, um Grande Desafio” e com base nisto recebi um pedido de um grande amigo, Fábio Goes, para escrever algo similar para a importante cidade de Jequié, terra de importantes figuras como Lomanto Júnior, Cesar Borges, Everton Almeida e tantos outros.

No artigo aqui citado defendemos que uma estratégia de desenvolvimento econômico de uma cidade, passa obrigatoriamente pelas seguintes questões:

  • Entender a identidade, vocação da cidade e seus ativos.
  • Programa de longo prazo, muito além de um mandato de um Prefeito.
  • Engajamento de toda a sociedade, ou seja, de organizações da área pública, privada e não-governamental.
  • Sinergia de ações em variadas dimensões como qualificação profissional, apoio ao empreendedorismo, incentivos legais, PPPs, entre outras.
  • Construção de uma espécie de planejamento estratégico do que pode ser feito no campo do desenvolvimento econômico e trabalho.
  • Soluções inovadoras.

Para dar mais propriedade ao artigo convidei o administrador de empresas Augusto Souza para redigir o artigo comigo. O conheci em minhas palestras em Jequié realizadas pelo Conselho Regional de Administração – CRA-BA, que na época era o representante do CRA-BA no município.

Jequié “a terra do sol” ou “cidade sol” como é carinhosamente conhecida, está posicionada a 366 km distância de salvador, com uma população estimada de 156.126 pessoas (IBGE 2020), é uma das cidades mais importantes da região.

Atualmente o município de Jequié, apesar de se destacar entre as cidades que compõem a sua microrregião (devido a vários órgãos públicos da administração estadual e federal que ali estão sediados e pelos serviços de saúde e educação que oferece aos demais municípios vizinhos), bem como a vantagem de sua posição estratégica, privilegiada e única na Bahia, interligada a uma malha ferroviária formada por três importantes rodovias federais BR-116 (Rio Bahia); BR- 330 e BR – 101, tem deixado de aproveitar algumas oportunidades do ponto de vista: geográfico, econômico e político, oportunidades essas que serão elucidadas nesse artigo. 

Tem 51,72% da população considerada de baixa renda (rendimento inferior a meio salário mínimo), segundo o IBGE, o que precisa ser considerado na concepção da estratégia de desenvolvimento econômico da cidade.

Um dado interessante é que as expectativas são as melhores com o novo prefeito eleito de Jequié, o Sr. Zenildo Brandão Santana mais conhecido como Zé Cocá. Ele é agropecuarista, deputado estadual, foi prefeito da cidade de Lafaiete Coutinho por dois mandatos. Segundo as fontes de quem o conhece bem soma experiência administrativa, espirito empreendedor capacidade política e é mente aberta para projetos inovadores.

Por que Jequié, com toda essa capacidade, conforme descrição e contextualização apresentada, não consegue promover um desenvolvimento econômico sustentável aproveitando-se das suas potencialidades regionais? Quais seriam as atividades / ações que podem ser empreendidas para “startar” esse processo?

Formalização de negócios, qualificação profissional, melhora dos serviços de educação, apoio aos empreendedores do mercado informal e capacitação serão fundamentais considerando o aspecto acima.

Questões como criar algumas atividades âncoras de atração de pessoas de outras cidades, construir uma estratégia de marketing para a área de serviços e uma excelência no atendimento podem diferenciar a cidade de Jequié como polo regional.

A questão ambiental também pode ser utilizada como vetor de desenvolvimento buscando apoiar negócios voltados a área de sustentabilidade.

A volta do funcionamento do aeroporto, a passagem da FIOL – Ferrovia de Integração Oeste-Leste, somada as características geográficas podem possibilitar a atração de novas e grandes empresas.

Naturalmente, esse artigo não visa “resolver” os problemas de demanda política, econômica e social da cidade de Jequié, mas sim “provocar” discussões sobre algumas alternativas para um crescimento e desenvolvimento sustentável.

Em tempo para construção deste artigo tivemos bons bate-papos com figuras como Everton Almeida, ex-deputado estadual, Deraldo Alves, superintendente de Desenvolvimento e Monitoramento de Empreendimentos do Governo do Estado da Bahia e César Borges, ex-governador da Bahia e ex-ministro.

Por fim, vale registrar que o título do artigo foi apenas um insight de o que poderia ser quem sabe o nome de um Programa de longo prazo integrando o público, privado e não-governamental.

Fábio Rocha é diretor-executivo da Damicos Consultoria, treinador Comportamental, consultor, palestrante, professor e especialista em Carreira, Liderança e Cultura Organizacional

Augusto Souza é coordenador geral na Faculdade Pitágoras, Campus de Jequié. Diretor Administrativo na CI – Soluções Empresariais, sócio gerente na Resultados Contabilidade Online, mestrando em Desenvolvimento Regional e Urbano.

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus autores. Não representa a opinião do MODAIS EM FOCO