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Economia

Juros altos mantêm renda fixa na liderança dos investimentos

Selic a 15% ao ano beneficiou investidores de perfil conservador, que obtiveram retornos expressivos

28/12/2025 08h28

Foto: Ilustrativa

O ano de 2025 deve ser lembrado como um período especialmente favorável aos investidores de perfil conservador no Brasil. Com a taxa básica de juros (Selic) mantida em patamar elevado ao longo de praticamente todo o ano — em 15% desde junho —, os ativos de renda fixa apresentaram retornos expressivos, frequentemente superando alternativas de maior risco, como ações e outros instrumentos da renda variável.

A combinação de juros elevados com uma inflação em desaceleração colocou o país entre os mercados com maior juro real do mundo, fortalecendo a preferência por investimentos voltados à segurança, à previsibilidade e à preservação do patrimônio.

Segundo o economista Otto Nogami, professor do Insper, este ano reforçou uma lição clássica do mercado financeiro: não existe investimento universalmente bom, mas aquele adequado ao perfil do investidor e ao momento econômico.

"O ano de 2025 foi marcado por um ambiente financeiro relativamente mais favorável ao investidor conservador. Com a taxa Selic elevada durante boa parte do período, aplicações de renda fixa entregaram retornos expressivos, muitas vezes superiores aos obtidos por ativos de maior risco", afirmou.

Para 2026, ele avalia que o cenário começa a se desenhar de forma distinta. "A expectativa de início do ciclo de redução dos juros, sinalizada pelo Banco Central, tende a alterar o equilíbrio entre risco e retorno, exigindo mais planejamento e diversificação, sobretudo para quem está começando a investir agora", pontuou Nogami.

Esse movimento também é apontado pelo economista e professor da Universidade de Brasília (UnB) César Bergo. Segundo ele, a política monetária restritiva adotada pelo Banco Central foi decisiva para o desempenho do mercado. "Foi um ano muito positivo para a renda fixa, com menos risco e mais rentabilidade, favorecida pela Selic em torno de 15% e por uma inflação em desaceleração. Esse cenário colocou o juro real brasileiro entre os maiores do mundo", disse.

Fonte: Correio Braziliense