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A Maersk anunciou uma série de ajustes em seus serviços marítimos e terrestres para a América Latina, em meio à persistente congestão portuária, condições climáticas adversas e desafios operacionais em diversos países da região. As mudanças visam otimizar a conectividade e melhorar a confiabilidade da cadeia logística regional e intercontinental.

Fim da participação no serviço 'Braziex'

A companhia de navegação anunciou que encerrará sua participação no serviço 'Brazex', após a última viagem rumo ao norte operada pelo navio 'M/V CMA Berlioz', 544N, que partiu de Paranaguá em 1º de novembro de 2025. Apesar da retirada, a Maersk assegurou que manterá a cobertura do Caribe, do Golfo do México e do México por meio de seus serviços 'UCLA' e 'Gulfex', garantindo alternativas consistentes para as necessidades de carga da região.

Ajustes no serviço 'Tango'

O serviço 'Tango' também sofrerá alterações: a escala em Norfolk, EUA, permanecerá suspensa, e a carga será movimentada via transbordo em Cartagena. Da mesma forma, a escala quinzenal no Rio de Janeiro está confirmada até novo aviso, mantendo a conectividade com um dos principais portos do Brasil.

ECSA com maior alcance regional.

A partir de novembro, a Maersk implementará um novo cronograma para seu serviço 'ECSA Shuttle', que operará a cada duas semanas com paradas em Paranaguá, Santos (DP World) e Manzanillo (Panamá). A companhia de navegação destacou que essa configuração melhorará as conexões com o Caribe, os Estados Unidos e a costa oeste da América do Sul, proporcionando maior flexibilidade para viagens regionais e intercontinentais.

Panorama do porto:

A empresa de navegação também forneceu uma avaliação atualizada do estado operacional dos principais portos da região:

Costa Leste da América do Sul (ECSA)

A região continua a sofrer significativa pressão operacional. Em Santos, as operações estão sendo afetadas pelo mau tempo, altas taxas de ocupação e atrasos acumulados. Paranaguá e Itapoá mantêm níveis de utilização próximos a 80% e têm apresentado fechamentos intermitentes devido às condições climáticas adversas. Em Buenos Aires, o terminal de contêineres opera com alta capacidade, enquanto o Terminal 4 apresenta desempenho limitado devido a falhas em guindastes.

Em Montevidéu, após interrupções causadas por greves e atrasos no canal de acesso, a produtividade dos cais está em torno de 50% devido à implementação de novos sistemas. O porto opera com base no princípio "primeiro a entrar, primeiro a sair", com esperas de 2 a 3 dias para embarcações com vagas disponíveis. Enquanto isso,
o porto de Río Grande permanece com severas restrições e opera em condições climáticas adversas, sem perspectiva de recuperação antes do final do ano.

Costa Oeste da América do Sul (WCSA)

As operações portuárias enfrentam um cenário misto de preocupações com a segurança e desempenho instável dos terminais. A produtividade dos terminais varia significativamente; enquanto Guayaquil/TPG apresentou recentemente o melhor desempenho, outros, como Puerto Bolívar e Guayaquil/Contecon, estão sob pressão, com terminais importantes como Callao/APMT e Posorja em estado de alerta máximo.

Caribe e América Central (CAC)

Os terminais do Panamá e de Cartagena mantêm um desempenho estável para a Maersk, embora as embarcações fora do período designado possam enfrentar esperas de 1 a 2 dias.

Transporte terrestre

Na América Central, especialmente em El Salvador e na Guatemala, a Maersk alerta que a alta temporada trará aumentos significativos nos volumes de importação e exportação. A empresa enfatizou a necessidade de planejamento antecipado para evitar interrupções e reforçou sua capacidade de oferecer suporte em transporte, coordenação operacional e gestão aduaneira.

Na região de Manaus, no Brasil, a estação seca já está afetando os níveis dos rios, causando restrições de capacidade e possíveis atrasos nas próximas semanas. Uma situação semelhante é esperada no Paraguai, onde o serviço de balsas poderá sofrer atrasos devido aos baixos níveis de água.

Conquistas no Brasil: novas certificações

A empresa de transporte marítimo destacou dois marcos recentes no Brasil:

• A certificação AEO reforça a conformidade e a eficiência operacional.
• A certificação SASSMAQ para sua frota no porto de Santos representa um avanço significativo no atendimento aos clientes do setor químico.

Fonte: Mundo Marítimo