07/09/2024 09h18
Foto: Divulgação
A Maersk e a CMA CGM receberam recentemente novos cargueiros Boeing 777 e planejam aumentar sua frota nos próximos anos com aeronaves adicionais da Boeing e da Airbus.
A mudança responde a uma estratégia de longo prazo impulsionada pela necessidade de adaptação às mudanças e oportunidades do mercado que surgiram durante a pandemia. Durante este período, o aumento das tarifas marítimas e a elevada procura de transporte marítimo proporcionaram às companhias marítimas um fluxo considerável de dinheiro. A Maersk, por exemplo, obteve lucros operacionais de 31 mil milhões de dólares em 2022, o que lhe permitiu financiar a sua expansão para outros sectores logísticos, incluindo o transporte rodoviário e aéreo de carga.
Vale ressaltar que o mercado de carga aérea registrou recuperação após a queda no volume de embarques no ano passado. Em julho, o setor registrou crescimento de 14% em relação ao ano anterior, o que tem gerado expectativas positivas para a alta temporada de final de ano. Os especialistas preveem um aumento moderado nas taxas durante este período.
Um céu com muitos pássaros
O desafio para a Maersk e a CMA CGM será posicionar-se num mercado onde já competem grandes entidades estabelecidas como a FedEx, a Deutsche Post e a Qatar Airways Cargo. Além disso, as companhias aéreas comerciais aumentaram a capacidade de transporte de carga nos porões dos seus aviões de passageiros, especialmente nas rotas asiáticas, aumentando a pressão sobre a concorrência.
Ambas as companhias marítimas adotaram abordagens diferentes para gerir a sua incursão neste novo mercado. A Maersk, com experiência anterior em operações aéreas, administrará suas unidades internamente. Por outro lado, a CMA CGM optou por uma parceria com a Atlas Air Worldwide Holdings, com o objetivo de operar 13 novas aeronaves até 2027.
A expansão para o transporte aéreo também responde à necessidade das companhias marítimas de contrariar a volatilidade inerente ao transporte marítimo. A tendência crescente para a produção local, motivada por tensões geopolíticas e pela automatização, poderá reduzir a procura de transporte marítimo internacional.