09/07/2020 08h00
Foto: Reuters
Mais da metade dos municípios brasileiros já registrou ao menos uma morte em decorrência da Covid-19. Os números estão em boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, com dados atualizados até o último sábado. A quantidades de mortes fora das regiões metropolitanas também continua aumentando.
O Brasil tem 5570 municípios, conta que inclui também Brasília e Fernando de Noronha. Do total, 2.840, ou seja, 51%, já tiveram mortes. No boletim, anterior, com dados que iam até 27 de junho, eram 2.551 municípios com mortes, ou seja, 45,8%. No prazo de uma semana, 289 municípios entraram na lista.
Dos 2.840, 937 tiveram um óbito. Na outra ponta, 151 registraram mais de 50 óbitos. De acordo com o ministério, 80% tem até dez mortes.
A grande maioria das cidades brasileiras também já teve casos confirmados da doença: 5.371, ou seja, 96,4%. Na semana anterior, eram 90,1%. Segundo a pasta, 71% tem no máximo dez casos.
O boletim do Ministério da Saúde mostra que 52% das mortes foram fora das regiões metropolitanas. A interiorização da doença pode ser observada na quantidade crescente de casos na doença. No começo da pandemia, a maioria dos óbitos era nos grandes centros. No boletim anterior, com dados até 27 de junho, pela primeira vez as regiões metropolitanas concentraram menos da metade das mortes.
Prefeitos reclamam de repasses do Ministério da Saúde
Prefeitos de cidades grandes e médias reclamam dos critérios usados pelo Ministério da Saúde para repassar R$ 13,8 bilhões aos municípios no combate ao novo coronavírus. Em reunião com o ministro interino Eduardo Pazuello, eles argumentaram que as cidades maiores arcam com o tratamento não apenas de seus residentes, mas também dos moradores dos locais menores. Ainda assim, os municípios de pequeno porte estão recebendo proporcionalmente mais do que os maiores. Os prefeitos não chegaram a defender uma revisão dos critérios, mas saíram com a promessa de que, nos próximos dias, vão receber 50% do valor que lhes cabe.
Os argumentos técnicos do Ministério da Saúde para agraciar as cidades pequenas são a interiorização da doença e o foco na saúde básica. Os procedimentos de média e alta complexidade estão concentrados nas cidades maiores. Já os prefeitos dos grandes centros argumentam que, embora haja uma tendência de interiorização da doença, o mesmo não pode ser dito sobre o tratamento dos pacientes.
Fonte: O Globo