10/11/2025 15h21
Foto: Divulgação
A Marcopolo Rail, braço da Marcopolo especializado no desenvolvimento e fabricação de produtos ferroviários, estreará em 2026 no setor de trens urbanos, com a entrega de composições para o Metrô de Teresina, e vê para o futuro oportunidades para trens de média distância.
A CFLP (Companhia Ferroviária e de Logística do Piauí), que também atua em terminais de transbordo e portuários, fechou contrato com a Marcopolo Rail para o fornecimento de três trens urbanos Prosper, que antes já tinha anunciado outras três encomendas.
Recentemente, a empresa teve duas unidades entregues para a EFE Trenes de Chile, forneceu as composições para o Trem do Pampa e também está no trem de curta distância do aeroporto de Guarulhos, nenhum deles considerado trem urbano.
Para Teresina, serão duas composições de dois carros de 18 m cada, de acordo com Petras Amaral, gerente-executivo da companhia, que foi criada há cerca de cinco anos.
“São dois articulados e um como se fosse um biarticulado, uma composição de três carros. Então, são sete carros no total. Versão urbana, dentro dos requisitos do cliente, do edital, do edital público […] A primeira versão urbana também do Prosper [modelo]”, disse.
O executivo afirmou que projetos importantes previstos para os próximos anos, como o Trem Intercidades e a renovação de material rodante em metrôs, representam “muita oportunidade”.
“Tem muita oportunidade para projetos de trens alimentadores de média distância. Acho que, na medida em que começam a sair projetos desse tipo de trem, eles viram um modelo para outras cidades. O Brasil precisa dar o primeiro passo também na retomada dos trens regionais, e eu acho que esses ramais, entre 100 quilômetros e 200 quilômetros, [podem rodar] em muita ferrovia de bitola métrica no Brasil que está sendo devolvida ou sendo revitalizada. Isso é uma oportunidade.”
Dados da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária) projetam que 2025 será um ano de recuperação para fabricantes de vagões ferroviários e locomotivas, mas não para carros de passageiros.
Depois de produzir 228 unidades no ano passado, a previsão é fechar este ano com 188 carros. Já o total de vagões deve avançar de 1.547 para 1.700, enquanto 75 locomotivas devem ser produzidas, ante as 54 do ano passado.
Amaral afirmou que o metrô no Nordeste segue a necessidade devido ao crescimento populacional e consequente demanda por mobilidade nas regiões metropolitanas com mais de um milhão de habitantes.
“A gente já havia identificado que haveria espaço para soluções que levassem mais passageiros/hora dentro de determinados ramais. E, obviamente, o setor ferroviário é o que tem esse patamar de transporte em termos de massa e de poder levar o maior número de passageiros por hora […] O Brasil vem apresentando um crescimento importante em termos de tendência de implementação, tanto no meio urbano como em intercidades, mas também a América Latina, nesse primeiro momento, tem muitas oportunidades.”
Segundo a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), as 21 maiores regiões metropolitanas do país têm potencial de expansão da rede de transporte público até 2050 de 2,5 mil quilômetros.
De 194 projetos prioritários constantes em boletim do Estudo Nacional de Mobilidade Urbana, 30 são metroviários, que somam 324 quilômetros.
Pode parecer pouco, mas atualmente o país tem somente 310,8 quilômetros em operação em metrôs.
Fonte: Folha de S.Paulo