16/05/2025 09h26
Foto: Ilustrativa
A Marfrig e a BRF anunciaram a fusão de seus negócios. O nome da nova empresa será MBRF.
Em nota, a companhia afirma que esse movimento visa fortalecer a presença global, “potencializa sinergias estratégicas, operacionais e fiscais e solidifica a posição de liderança nos diversos mercados onde atuam, alavancando vantagens competitivas do negócio e gerando valor”.
Juntas, companhias somam receita líquida consolidada de R$ 152 bilhões nos últimos 12 meses e detêm 38% do portfólio global de produtos processados.
A transação prevê a incorporação das ações da BRF pela Marfrig em uma relação de troca de 0,8521 ação da Marfrig por cada ação da BRF detida, que já considera a distribuição máxima de proventos pelas companhias, sendo 2,5 bilhões de reais pela Marfrig e 3,5 bilhões de reais pela BRF.
Como parte da negociação, a operação prevê que os acionistas da BRF e da Marfrig sejam beneficiados com um expressivo pagamento de proventos. A BRF distribuirá até R$ 3,52 bilhões em proventos e a Marfrig, por sua vez, distribuirá R$ 2,5 bilhões.
“A fusão entre a Marfrig e a BRF é um movimento necessário para que possamos avançar com capturas de sinergias estratégicas e continuar crescendo nossos negócios em todo o mundo. Hoje, com a MBRF, começamos um novo capítulo da nossa história e estamos pavimentando um futuro promissor”, diz Marcos Molina, controlador e presidente dos Conselhos de Administração de Marfrig e BRF.
As empresas informaram que extraíram o máximo de sinergias possíveis até o momento, mas que para uma próxima etapa de capturas adicionais, a combinação de negócios é essencial. “As sinergias já mapeadas foram agrupadas e somam um total de R$ 805 milhões por ano, sendo entre R$ 400 e R$ 500 milhões previstos para os primeiros 12 meses e o restante no médio e longo prazo”, apontou a nota.
Na frente de receitas e custos, por meio de iniciativas de cross-selling e sinergias na cadeia de suprimentos, a nova companhia deve chegar a R$ 485 milhões por ano. Estima-se uma redução de despesas na ordem de R$ 320 milhões anuais, com iniciativas como a unificação de estrutura comercial e logística, consolidação de um sistema operacional único e otimização da estrutura corporativa.
Seguindo as regras tributárias vigentes, a companhia também poderá se beneficiar de otimização fiscal, como, por exemplo, a aceleração da monetização de créditos tributários nas esferas federal e estadual. A estimativa é que essa frente deva gerar R$ 3 bilhões a valor presente.
A operação traz também uma oportunidade na América do Norte, que considera a possibilidade de ‘redomiciliação’. Segundo as empresas, isso traz “vantagens significativas”, como alta liquidez no mercado norte-americano, acesso a custos de capital mais atrativos e um potencial reavaliação dos múltiplos das empresas.
“Nossos valores em comum serão a base para que possamos continuar nossa trajetória de crescimento. Mantendo a disciplina financeira e o nosso foco em valor agregado, estou certo de que estamos iniciando um novo capítulo de sucesso com a MBRF. Vamos seguir gerando ainda mais valor para os nossos acionistas, parceiros, clientes, consumidores, colaboradores e para a sociedade”, finaliza Marcos Molina.