28/04/2023 11h25
Foto: Divulgação
O mercado de charter continua muito ativo, embora o número de negócios tenha diminuído ligeiramente em relação às semanas anteriores, principalmente devido à persistente escassez de navios. A CMA CGM continua sendo de longe o afretador mais dinâmico, com um terço dos contratos assinados, conforme relatado pela Alphaliner.
Enquanto isso, as taxas spot continuam a aumentar constantemente para a maioria dos tamanhos de embarcações, enquanto os contratos de período também estão ficando mais longos, especialmente para as embarcações melhores e mais eficientes em termos de energia.
Algumas delas estão a obter compromissos até três e quatro anos, com pelo menos dois navios porta-contentores de 2.500 TEU fixados nesta linha nas últimas semanas. Essa duração não era vista desde o boom de carregamento pós-covid-19.
Em escala global, as perspectivas de curto prazo permanecem otimistas para “armadores não operacionais” (NOOs), devido à contínua escassez de embarcações em geral (apenas oito embarcações estão em uma posição "spot" em todo o mundo) e uma forte demanda.
No entanto, a perspectiva de longo prazo é incerta, dado o impacto previsto do influxo contínuo de tonelagem de novas construções.
SCFI
Quanto à carga, as notícias estão melhorando: o Shanghai Container Freight Index (SCFI) registrou um forte rali nas últimas duas semanas, quebrando novamente acima de 1.000 pontos pela primeira vez desde o início de fevereiro. Os volumes também estão aumentando e espera-se uma recuperação mais acentuada no segundo semestre, especialmente em direção aos Estados Unidos.
Ainda assim, resta saber se a recuperação na demanda de carga será suficiente para absorver as enormes capacidades de novas construções que chegam ao mercado, especialmente em um cenário de desaceleração nas vendas de demolição.
Pouca atividade de VLCS e LCS
Os segmentos VLCS (7.500-11.000 TEUs), LCS (5.300-7.499 TEUs) e LCS “wide beam” (4.300-5.499 TEUs) tiveram pouca movimentação nas últimas duas semanas devido à falta de embarcações.
Os preços de referência para unidades de 10.000 TEUs, até agora, ficaram em torno de US$ 45.000 para operações de 2 anos e cerca de US$ 30.000 para operações de 3 anos.
3.000-3.800 TEUs sem novos contratos
A atividade caiu significativamente no segmento de 3.000-3.800 TEU nos últimos quinze dias, sem registro de novos contratos.
A taxa de referência de US$ 20.000 para unidades padrão de 3.500 TEU provavelmente aumentará em um futuro próximo, dada a atual oferta restrita de tonelagem e a popularidade dessas embarcações em muitas rotas Norte-Sul.
Atividade crescente e taxas nos tamanhos 1.000-1.249 TEUs
O segmento de 1.000-1.249 TEUs foi o mais movimentado nos últimos quinze dias, com um total de oito contratos assinados, 50% a mais do que nas duas semanas anteriores. Essa alta atividade está mantendo a disponibilidade de tonelagem baixa.
Enquanto isso, a taxa média de referência está subindo de US$ 13.000 para US$ 13.500 para uma embarcação padrão de 1.118 TEU do tipo "CV 1100".
Fonte: Mundo Marítimo