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Logística

Mercado de infraestrutura brasileiro cresce 80% em 2025

Os dados da B3 mostram que contratos firmados neste ano somam cerca de R$ 100 bilhões em investimentos previstos

22/08/2025 09h46

Foto: Divulgação

O mercado de infraestrutura brasileiro registrou um salto expressivo no primeiro semestre de 2025. Segundo dados da B3, foram realizados 36 leilões de parcerias público-privadas (PPPs) e concessões, um aumento de 80% em relação ao mesmo período de 2024, quando ocorreram 20 disputas. Os contratos firmados neste ano somam cerca de R$ 100 bilhões em investimentos previstos e têm potencial para gerar 710 mil empregos diretos e indiretos.

O setor rodoviário foi o grande destaque, com a realização do primeiro leilão federal de estradas na região Norte, ampliando a presença de grandes obras em áreas até então pouco contempladas pelo programa de concessões.

Neste cenário de expansão, especialistas e entidades do setor apontam o diálogo competitivo como ferramenta estratégica para a próxima onda de investimentos em infraestrutura. Prevista na Nova Lei de Licitações, a modalidade permite que o poder público converse previamente com empresas selecionadas para desenvolver, de forma conjunta, soluções técnicas antes da publicação do edital.

De acordo com o GRI Institute, o modelo é capaz de aumentar a viabilidade dos projetos, garantir maior segurança jurídica e ampliar a atratividade para investidores nacionais e internacionais. Experiências em países como França, Espanha, Portugal, Bélgica e Reino Unido demonstraram que a prática reduz riscos em licitações complexas e melhora a qualidade das obras contratadas.

“Temos conseguido implementar soluções que colocam o Brasil na vanguarda. Exemplos internacionais mostram que o diálogo com o setor privado torna a contratação pública mais eficiente”, afirmou Gustavo Albuquerque, do Pinheiro Neto Advogados.

Raquel Carneiro, diretora de Assuntos Institucionais da Artesp, destacou que a escuta estruturada do mercado ajuda a calibrar projetos de acordo com a realidade operacional e fortalece os estudos de viabilidade.

Para Yves Besse, da Câmara de Comércio França-Brasil, que moderou o encontro, o país precisa consolidar esse modelo como pilar do desenvolvimento. “Não tenho dúvida de que o diálogo competitivo trará grandes benefícios: melhores projetos, mais eficiência e avanços significativos para a infraestrutura”, comentou.

O sócio do GRI Institute, Moisés Cona, reforçou que a modalidade também tem potencial de atender demandas regionais e ampliar a inclusão em diferentes níveis de governo. “Não se trata apenas de grandes obras; o Diálogo Competitivo pode gerar soluções adaptadas às particularidades locais”, explicou.

Fonte: Correio Braziliense