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Transporte Aquaviário

Mercado global de megaiates movimentará USD 40,4 bi até 2029

Brasil pode ganhar força nesse segmento em razão de suas belezas naturais e do potencial náutico o ano todo

09/10/2024 07h54

Foto: Divulgação

O mercado mundial de megaiates, acima de 24 metros de comprimento, ou seja, barcos luxuosos de lazer que têm o equivalente a mais de 300 m2, deve seguir em ascensão nos próximos anos, especialmente na Europa e nos Estados Unidos, além de países emergentes como a China e do Sudeste Asiático. Estudo da renomada empresa de pesquisas norte-americana Arizton revelou um valor de USD 26 bilhões gerados em 2023 no mercado específico de iates acima de 24 metros e a estimativa é atingir USD 40,4 bilhões em 2029. 

No Brasil, apesar de ser um setor ainda jovem, há potencial do desenvolvimento pelas condições favoráveis para a náutica o ano todo com 8,5 mil km de costa e de 60 mil km de vias navegáveis interiores, porém, incentivos públicos e privados deverão ser considerados ao crescimento, o que inclui ampliação da infraestrutura de marinas,  de serviços náuticos e políticas favoráveis ao setor, conforme apontam executivos da fabricante italiana Azimut Yachts, maior produtor de embarcações de luxo do mundo e que tem filial produtiva no Brasil desde 2010. Porém, de toda a gama de modelos produzida pela marca na unidade brasileira atualmente, apenas um é megaiate da linha “Grande”, a Azimut Grande 27 Metri e que, aliás, é sucesso nacional. 

“A Azimut Grande 27 Metri é sucesso absoluto no Brasil, isso demonstra que temos espaço para crescer no setor de megaiates e de forma considerável. Porém, a produção de outros modelos “Grande” da Azimut ainda segue concentrada na Itália porque clientes que optam por barcos maiores ainda preferem deixar em outros países motivados especialmente por infraestrutura e facilidades. Porém, esse cenário no Brasil pode mudar porque temos enorme potencial, inclusive, de sermos referência mundial no ramo náutico”, explica o CEO da Azimut Yachts no Brasil, Francesco Caputo. 

Além disso, conforme dados da Associação Náutica Acobar, trata-se de um mercado de alta geração de empregos e que reflete em diversos setores da cadeia do turismo. No Brasil, ainda predominam embarcações de dimensões consideradas pequenas e médias, de até 15 metros. Mesmo assim, a geração de empregos em 2023 com a indústria náutica foi de 120 mil postos de trabalho. Porém, os registros da associação demonstram a necessidade de mais infraestrutura pelo enorme déficit de mais de 55 mil vagas para embarcações no Brasil. 

Ainda sobre os megaiates, o CEO da Azimut exemplifica a importância do setor pelo alto número de colaboradores envolvidos. “Para se ter uma ideia, ao fabricar um barco de 27 metros, são envolvidas diretamente mais de 50 pessoas e pelo menos 10 empregos são gerados depois da entrega, incluindo tripulação e serviços. Isso, sem contar os inúmeros empregos gerados indiretamente com marinas, turismo qualificado, comércio e serviços. É um setor que tem tudo para crescer no Brasil e, com apoio e visão governamental, a Azimut Yachts pretende continuar no país cada vez mais forte e investir nesse potencial”, complementa o executivo que, por meio da filial produtiva brasileira, fabrica hoje especialmente barcos de 15 metros (cerca de 50 pés) a 27 metros e emprega mais de 600 pessoas. 

Já na matriz da Itália, a linha Grande da Azimut Yachts fabrica modelos de até 44 metros. Além disso, a marca é pertencente ao grupo Benetti, que fabrica essencialmente megaiates e superiates de 24 metros a mais de 90 metros.