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Entrevista

Micro e pequenas empresas têm boom na Bahia em 2021

Presidente do Sebrae, Carlos Melles, falou sobre o potencial empreendedor no estado

13/12/2021 06h00

O ano de 2021 foi de boom das Micro e Pequenas Empresas (MPEs) na Bahia. É que, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) do estado, foram registrados, em território baiano, mais de 137 mil negócios do tipo entre os meses de novembro do ano passado e do atual 

Crescimento que fez a Bahia chegar a mais de um milhão de MPEs, ocupando o primeiro lugar entre os estados do Nordeste quando o assunto é pequenas empresas e a sexta posição no Brasil, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.

E não foi só o número de empresas que cresceu. Ao passo que novos CNPJ’s foram cadastrados, postos de trabalho se abriram para os baianos. Isso porque, de janeiro a outubro de 2021, as micro e pequenas empresas geraram 90 mil empregos formais por aqui. Para se ter uma ideia, o número é superior ao dos anos de 2018, 2019 e 2020 juntos. 

Um cenário que reflete o que acontece no Brasil, onde 72,7% dos empregos criados no mesmo período vieram dos pequenos negócios. Ao todo, 2,6 milhões de vagas surgiram, sendo 1,9 milhão das MPEs. Em entrevista à reportagem, Carlos Melles, presidente do Sebrae nacional, falou sobre como a Bahia acompanha e contribui para esse crescimento no país.

A Bahia está em que patamar em relação às MPEs?

Além de mais de um milhão de MPEs, temos na Bahia, aproximadamente, 700 mil microempreendedores individuais. São números substanciais e relevantes de um dos estados com mais potencial neste quesito. Assim como o brasileiro, o baiano tem característica de empreendedor e esses números mostram isso.

O que pode justificar o avanço do estado nessa área?

Começa pela gestão do Sebrae daqui que é muito sólida. [...] Temos o Cidade Empreendedora, projeto carro-chefe de incentivo ao desenvolvimento deste setor que é nossa ferramenta para transformar as condições para iniciativas empreendedoras com apoio de prefeitos e líderes municipais. Especificamente em Salvador, temos o Colaboree a nossa agência regional como exemplos desse apoio às MPEs.

O quanto esse crescimento tem a ver também com a pandemia?

A empregabilidade ficou mais difícil. As micro e pequenas empresas foram as campeãs na geração de empregos formais aqui e no Brasil. [..] Nessa crise, foi a principal saída.. Foram 90 mil na Bahia. Porém, se considerarmos os informais nestas contas, certamente esse número dobra. A procura de soluções na pandemia trouxe muita criatividade. É microempreendedor em carrinho de pipoca, no marmitex, em produção de máscaras.

Como vai ser o 2022 das MPE s?

Vai ser um ano que não será fácil. Os juros já aumentaram muito, o crédito está escasso e o ciclo financeiro não é bom. Porém, saberemos viver com ele porque nosso objetivo é otimizar o apoio às MPE ‘s com agentes de educação empreendedora, profissionais de crédito orientado e assistido e também agentes locais de inovação. Tudo para estar mais presente e incentivar a vontade de empreender que já existe.

Áreas atingidas pela pandemia vão voltar a crescer?

Sim, o comércio em especial está sempre com muito potencial no Brasil e aqui não é diferente. O setor de serviços também está crescendo e apresenta uma boa tendência. Sobretudo, aqui na Bahia por conta do turismo que é um setor forte e que foi muito afetado pelas condições sanitárias.

Turismo é o principal potencial da Bahia em 2022?

Sim, a gente acredita que o turismo sai para um crescimento superior a 30% ou mais do que isso. O comércio vai bem e os outros setores que são indústria e agronegócio devem superar os 10%. Mas, quando se fala em turismo, não há comparação. Há uma cultura de turismo por aqui que deve fazer esse setor ter a melhor retomada.

Publicada no Correio