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Transporte Terrestre

Mobilidade: Maioria defende incentivo ao transporte coletivo

Situação pós-pandemia preocupa 62% dos entrevistados em seis capitais

04/12/2020 08h08

Foto: Marcello Casal Jr - Agência Brasil

Pesquisa encomendada pela 99, empresa de mobilidade urbana, revelou que 86% dos entrevistados em seis capitais defendem incentivo ao uso de transporte coletivo ou compartilhado.

Realizada pelo Datafolha, a pesquisa ouviu 1.510 pessoas com 18 anos ou mais, pertencentes a todas as classes econômicas, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Recife e Salvador, no período da 9 a 24 de outubro deste ano.

Para quase metade das pessoas (47%), há insatisfação em relação à mobilidade urbana nas seis capitais, já que elas avaliaram o item como ruim ou péssimo. Apenas 19% consideraram ótima ou boa a mobilidade urbana nessas localidades, e 34% avaliaram como regular.

Apesar da diminuição do número de veículos nas ruas durante o período mais restrito de isolamento social, 62% das pessoas estão preocupadas com o aumento do trânsito no período pós-pandemia.

Para 64% dos entrevistados, o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana e, para 68%, a existência de carro por aplicativo diminui a necessidade de ter veículo próprio.

Parte dos moradores da capital paulista demonstrou insatisfação com a mobilidade urbana na cidade. Quando perguntados sobre sua percepção, 45% consideram ruim ou péssima, 35%, regular, e apenas 20%, ótima ou boa.

Ainda em São Paulo, 64% estão preocupados com o aumento do trânsito no pós-pandemia; 66% disseram que carros particulares pioram a mobilidade urbana; e 74% responderam que os carros por aplicativos diminuem a necessidade de ter veículo próprio.

De acordo com o gerente de Políticas Públicas da 99, Rodrigo Ferreira, a maior preocupação das pessoas entrevistadas na pesquisa é o aumento do número de carros nas ruas, principalmente com o medo da utilização do transporte público por causa da contaminação do novo coronavírus.

"Aí entra a importância dos aplicativos de mobilidade, já que eles reduzem a necessidade de se ter um carro próprio e possibilitam que as pessoas se locomovam neste período de insegurança. Sem um automóvel particular, além de economizar espaços urbanos de estacionamentos, as pessoas continuarão com um comportamento mais multimodal, o que reduz os congestionamentos", diz o gerente. Ele acrescenta que a redução de congestionamentos passa por incentivos a integrações entre diferentes modais. "Táxis, carros particulares, ônibus, metrô, bicicleta entre outros,  para facilitar o direito de ir e vir dos brasileiros, principalmente nas periferias", fala.

Como solução para melhorar esse quadro, 56% dos entrevistados acreditam que o uso de veículos particulares piora a mobilidade urbana e, consequentemente, 58% defendem que a existência de carro por aplicativo diminui a necessidade de ter veículo próprio. Ainda como alternativa para evitar a volta aos congestionamentos pré-pandemia, 79% acreditam que os aplicativos de mobilidade colaboram com a fluidez do trânsito em Salvador. 

“A sociedade enxerga os carros compartilhados como ferramentas essenciais para contornar os gargalos da mobilidade em grandes cidades, como Salvador. Dessa maneira, os dados dessa pesquisa mostram que, cada vez mais, os aplicativos devem se integrar aos modos de transporte nas grandes cidades para termos uma mobilidade mais efetiva e inclusiva”, afirma Ferreira. 

Com um esforço para viabilizar soluções para esta questão, Ferreira diz que a empresa busca fomentar discussões sobre mobilidade urbana e contribuir com o debate da multimodalidade nos centros urbanos, principalmente com incentivos aos transportes coletivos, ativos e compartilhados. "Essa pesquisa com o Datafolha é mais exemplo desse esforço, já que com ela em mãos é possível pensar o presente e o futuro das cidades com mais clareza. A empresa também procura manter boas relações com agentes da esfera pública e sociedade civil, aberta para conversas que colaborem com a integração do sistema de mobilidade das cidades, incentivem o comportamento multimodal e contribuam para maior democratização do acesso à cidade", conta.

Renda e economia

Outro dado importante foi apontado pela pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe), ele mostra que a 99 adicionou indiretamente R$ 180 milhões ao PIB da capital baiana em 2019, o que agregou 0,29% ao PIB local no ano. Isso foi responsável pela geração do equivalente a cerca de dois mil empregos no ano apenas na cidade.

É a primeira vez que a Fipe analisa o impacto socioeconômico da 99 no Brasil. O estudo se baseia em dados da plataforma sobre as operações no país, dados do IBGE e análises anteriores produzidas pelo corpo técnico da fundação.

Boa parte dos efeitos positivos gerados na economia pela presença da 99 vem dos gastos das famílias dos motoristas que geram renda por meio do aplicativo de maneira complementar ou principal. Essa movimentação econômica estimula a cadeia produtiva e seus efeitos indiretos, o que consequentemente aumenta o índice de empregos gerados.