24/01/2021 15h17
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O banco Morgan Stanley elevou a estimativa de inflação ao consumidor no Brasil em 2021 de 3,3% para 4,2%. Caso confirmado, o percentual fica acima do centro da meta (alta do IPCA em 3,75%), mas dentro do intervalo de tolerância e abaixo dos 4,52% de variação em 2020.
Segundo o Morgan Stanley, os preços devem sofrer pressão não apenas dos alimentos e de administrados, mas também de uma inflação mais elevada no setor de serviços. Em nota assinada por Thiago Machado e Fernando Sedano, o banco cita entre as justificativas para a nova previsão a expectativa de as cotações das commodities se manterem em ascensão nos próximos trimestres.
Os dois especialistas citam ainda a revisão de “otimista” para “neutra” na avaliação para as moedas da América Latina.
“Achamos que isso se deve provavelmente a uma combinação de vários fatores, incluindo moeda mais fraca, forte demanda –impulsionada pelo auxílio emergencial– e baixos níveis de investimento, o que tem impacto de alta nos custos de produção devido à fraqueza do câmbio”, afirmaram.
Além disso, Machado e Sedano chamaram atenção para os níveis dos reservatórios para produção de energia elétrica, o que pode se traduzir em ajustes maiores nas tarifas de energia elétrica.
Selic
Após o Banco Central abandonar na quarta-feira (20) o “forward guidance”, o Morgan Stanley espera agora a elevação dos juros em maio, ao ritmo de 0,25 ponto percentual. Com isso a taxa fecharia este ano em 3,50% e indo a 5,50% em 2022 –perto do juro neutro estimado pelo banco (6,50%). Na última quarta, o Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 2%.
Fonte: UOL