09/10/2024 14h20
Foto: Divulgação
A primeira linha de metrô totalmente subterrânea da Índia começou a funcionar esta semana em Mumbai, a capital comercial do país. A obra é essencial para aliviar o congestionamento cada vez pior em uma área metropolitana que abriga 18 milhões de pessoas.
A Linha 3 do Metrô de Mumbai, desenvolvida pela Mumbai Metro Rail, iniciou o serviço parcial ao longo de um trecho que inclui o Aeroporto Internacional Chhatrapati Shivaji Maharaj e o distrito comercial do Complexo Bandra Kurla.
A Linha 1 do Metrô de Mumbai, que tem seções acima e abaixo do solo, já está em operação. A Linha 3 terá 33,5 quilômetros quando estiver totalmente operacional em março, conectando 27 estações do norte de Mumbai à área turística no Sul, que abriga Patrimônios Mundiais.
O projeto como um todo custa o equivalente a 680,6 bilhões de ienes (US$ 4,57 bilhões), mais da metade dos quais — 354,1 bilhões de ienes — foram fornecidos pelo Japão em empréstimos em ienes.
O primeiro-ministro indiano Narendra Modi compareceu à cerimônia de abertura no sábado e fez um passeio inaugural na nova linha. Em um discurso, ele chamou o projeto de “um símbolo da amizade Índia-Japão”.
A trading japonesa Mitsui & Co. recebeu um contrato para a construção de trilhos, e a Nippon Steel forneceu os trilhos.
A área metropolitana de Mumbai é uma das regiões mais densamente povoadas do mundo, e seu congestionamento está piorando. O número de automóveis registrados em Mumbai atingiu 3,53 milhões em 2018, mais que o triplo do número de 2001. A velocidade média dos veículos nas principais vias da cidade é de apenas 15 km/h, e engarrafamentos que duram horas são comuns durante os horários de pico da manhã e da noite.
Dependendo do horário, perde-se mais de uma hora para ir do aeroporto internacional ao distrito comercial, onde muitas empresas estrangeiras têm escritórios. Na Linha 3 do metrô, a viagem poderá ser feita em cerca de 10 minutos.
As tarifas estão sendo mantidas baixas para torná-las acessíveis a todos os níveis de renda. As tarifas para a seção que abriu na segunda-feira começam em 10 rúpias, ou 12 centavos, enquanto viagens mais longas custam no máximo 50 rúpias.
Facilitar as viagens por Mumbai tornará o local um destino mais conveniente para empresários e turistas estrangeiros. A Índia arrecadou cerca de US$ 3 bilhões em receita de turismo em janeiro, relata a empresa de dados CEIC. Embora tenha melhorado, a receita permanece abaixo dos máximos pré-pandêmicos.
Espera-se que o metrô ajude a combater a poluição do ar reduzindo as emissões de dióxido de carbono. A Índia teve a terceira pior qualidade do ar depois de Bangladesh e Paquistão em um ranking de poluição de 2023 da empresa de pesquisa suíça IQAir.
As redes de metrô estão crescendo rapidamente em toda a Índia. A extensão operacional do metrô de Déli, que atravessa a capital do país, atingiu 393 quilômetros. Há planos para abrir novas linhas de metrô ou estender as existentes em sete grandes cidades, incluindo Mumbai, Nova Déli e Chennai, nos próximos três a quatro anos.
Isso faz parte de um esforço mais amplo da Índia para desenvolver o transporte público. O governo disse em 2019 que investiria 100 trilhões de rúpias (US$ 1,19 trilhão nas taxas atuais) em infraestrutura relacionada ao longo de cinco anos. No ano fiscal de 2021, a Índia definiu o desenvolvimento de sistemas de transporte público em cidades centrais regionais com populações de 1 milhão a 4 milhões como projetos prioritários.
Em uma pesquisa de 2023 do Japan Bank for International Cooperation, os fabricantes japoneses classificaram a Índia como o país mais “promissor” para o desenvolvimento de médio prazo pelo segundo ano consecutivo. Mas eles citaram a infraestrutura subdesenvolvida como um desafio, juntamente com a competição com outras empresas e legislação pouco claras.
Fonte: Valor Econômico