Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Transporte Aquaviário

Nova área para contêineres será ‘joia da coroa’, diz SPA

A formação de novo terminal é aguardada com expectativa pelo mercado

30/08/2020 14h56

Foto: Divulgação

A conversão do terminal de contêineres de Libra em duas áreas destinadas a celulose não afetará a capacidade do Porto de Santos de movimentar esse tipo de carga, diz Fernando Biral, presidente da Santos Port Authority (SPA), que administra o porto. Pelo contrário, os planos são de expansão: nos próximos 20 anos, essa capacidade deverá ser ampliada em 64%.

“O porto opera com alguma capacidade ociosa para contêineres, mesmo após o fim da operação de Libra. Os novos investimentos em áreas já existentes serão suficientes para absorver a demanda até 2040”, afirma.

A decisão de substituir o terminal de Libra por terminais de celulose foi tomada logo no início da nova gestão da SPA. “Trata-se de uma região longilínea, não é ideal para a operação de contêineres, que demanda mais profundidade”, diz o diretor Bruno Stupello. A mudança também se encaixou em um plano de “clusterização” do porto, ou seja, de formação de blocos com o mesmo tipo de carga, para melhorar os acessos terrestres da carga.

O plano da autoridade portuária inclui também a formação de uma grande área destinada a contêineres, na região do Saboó, na margem direita do porto.

A formação desse novo terminal é aguardada com expectativa pelo mercado, mas a definição do modelo de arrendamento ainda está em uma fase inicial, diz Biral. “É a joia da coroa. Esse terminal será motivo de grande disputa entre os operadores e uma chance para a entrada de um novo grupo em Santos.”

Ainda não há prazo para essa licitação, que só será colocada ao mercado quando houver um reaquecimento da demanda que justifique a expansão. “Nosso papel é maximizar o valor. Estamos vislumbrando o momento certo, não podemos criar um excesso de capacidade”, afirma.

Em relação à desestatização da companhia docas, que está sendo modelada pelo BNDES, Biral diz que, neste momento, a gestão está em um processo de “passar a limpo” os passivos ocultos e problemas internos da empresa, para que possa ser entregue ao setor privado sob o maior valor possível. A expectativa é que esse processo de “limpeza” seja concluído até o fim de 2021, avalia.

O executivo também comemora os resultados positivos da SPA no segundo trimestre do ano. No período, que contemplou o auge da pandemia, o porto teve lucro líquido de R$ 43,6 milhões, avanço relevante em relação aos R$ 8,8 milhões registrados há um ano. A receita líquida operacional também cresceu 12,2% no trimestre, para R$ 261,1 milhões, puxada pela melhora nas exportações.

Fonte: Valor Econômico