Foto: Divulgação

O Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) não atendeu às expectativas da maior parte do setor de infraestrutura, segundo pesquisa da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib) e da EY. No levantamento, 62,83% dos entrevistados disseram que o programa ficou aquém do imaginado, enquanto 30,38% avaliaram que as expectativas foram parcialmente atendidas e apenas 2,36% tiveram as expectativas atingidas — os demais não souberam responder. O estudo ouviu 353 gestores, investidores e especialistas do setor de infraestrutura, entre outubro e novembro de 2024.

O principal problema apontado pela pesquisa é a necessidade de um maior alinhamento do governo federal com os Estados e municípios (para 44,8% dos entrevistados). Também aparecem como entraves a necessidade de melhor governança do programa (26%) e de definição de objetivos e metas mais claras (23%).

“Os investimentos se aceleraram, mas em velocidade aquém do que PAC sinalizava. Há pouco tempo temos Estados e municípios correndo para fechar projetos para pleitear recursos, estamos vivenciando certa incapacidade do setor público de se mobilizar para acessar recursos”, afirma Gustavo Gusmão, sócio da EY para o setor de Governo e Infraestrutura.

Apesar da frustração, ele destaca que há uma perspectiva de que nos próximos dois anos ao menos 50% das metas do programa deverão ser atingidas. Segundo a pesquisa, 43,1% dos entrevistados tinham essa expectativa. Outros 37,2% esperavam um atingimento de 25% das metas e, 11,5%, uma conclusão de 75% do programa.

A pesquisa também apontou um otimismo do setor de infraestrutura em relação ao crescimento do país e à promoção dos investimentos na área. No entanto, o período de coleta das respostas se encerrou em 11 de novembro, antes da piora nas perspectivas do mercado, que levou a uma revisão das projeções em relação aos juros e à disparada do dólar perante o real.

Segundo a pesquisa, 52,9% dos entrevistados viam um cenário favorável para os investimentos em infraestrutura nos seis meses seguintes. Em relação ao crescimento econômico do país, 49,3% apontavam perspectiva neutra e 31,7%, projeção otimista.

Fonte: Valor Econômico