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Artigo

O Real Digital agora é Drex: o que esperar desta inovação

Denis Piovezan

11/10/2023 06h06

Foto: Divulgação 

Desde o anúncio da criação de uma moeda digital pelo Banco Central, o assunto vem sendo debatido em diferentes esferas do mercado financeiro. A mais recente atualização é de que a nova moeda receberá o nome de Drex, sigla em referência às palavras "digital", "real", "eletrônico" e "transação". Com o avanço do desenvolvimento da moeda, investidores e empresas aguardam ansiosos pelas próximas novidades, uma vez que ela promete revolucionar o mercado financeiro do país.

Diante de tamanho potencial estratégico da criação de CBDCs (Central Bank Digital Currency), ou seja, uma moeda digital criada e emitida por um banco central, além do Brasil centenas de países ao redor do mundo estão desenvolvendo projetos deste tipo. De acordo com um estudo da consultoria Deloitte, mais de 80% dos bancos centrais do mundo já estão trabalhando em suas moedas digitais nos mais variados estágios, incluindo grandes potências como China, Índia, Arábia Saudita, França e Canadá. E neste cenário aquecido, o Brasil vem se destacando com o Drex, atraindo a atenção de especialistas de todo o mundo.

De fato, os esforços do Bacen nos últimos anos em prol de uma modernização e evolução dos serviços financeiros no país têm sido perceptíveis por todo o mercado. O investimento da instituição no desenvolvimento de inovações e produtos tecnológicos tem resultado em importantes avanços para as finanças nacionais, sendo o PIX o grande exemplo. Considerado um sucesso por muitos especialistas, o PIX foi rapidamente adotado como meio de pagamento por milhares de brasileiros, tendo recentemente superado a marca de mais de 140 milhões de transações realizadas em um único dia.

Nesse contexto, as expectativas com relação ao Drex também estão grandes, especialmente por conta do seu grande diferencial, a tecnologia de blockchain. A combinação desta inovação, aliada a outras características da nova moeda, deve trazer inúmeras vantagens para os usuários, como uma maior eficiência em transações financeiras, mais segurança e privacidade de dados, redução de custos para os usuários, menor complexidade nas tributações e por aí vai.

Além disso, o que se espera é que a criação desta moeda também contribua para uma maior bancarização e inclusão financeira da população, justamente por ter a figura do Banco Central por trás, promovendo a democratização de ferramentas como investimento, crédito, seguros, entre outros. Outros benefícios do Drex serão o ganho de eficiência no mercado de investimentos e a possibilidade de acesso a serviços financeiros com base em novas tecnologias, como contratos inteligentes, por exemplo.

Entre tantas novidades, o mercado também tem especulado sobre as possibilidades de integração do Drex ao ecossistema financeiro brasileiro desenvolvido pelo Bacen nos últimos anos. Uma vez lançada, a expectativa é de grande sinergia entre a nova moeda e plataformas financeiras como o PIX e o Open Finance, potencializando ainda mais este hub de serviços e impulsionando o surgimento de novos produtos.

A criação do Drex possui um grande potencial de transformação do mercado financeiro atual, instituindo novas formas de interagir e fazer negócios. Contudo, grandes mudanças exigem cautela, principalmente quando falamos do mercado financeiro, que é regido por uma forte regulamentação e políticas de segurança. No caso do Drex, o Banco Central tem se mobilizado junto a diferentes instituições para a condução de um projeto piloto. Os testes, que já começaram, contarão com a participação de 14 consórcios compostos por instituições financeiras e empresas selecionadas pelo Bacen.

Os estudos pretendem avaliar variáveis como a segurança, transparência e viabilidade da moeda, além do funcionamento de toda a tecnologia atrelada a ela.

A previsão é de que até o final de 2024 o Drex esteja disponível no mercado brasileiro. E, apesar de ainda existir um longo percurso pela frente com dúvidas a serem respondidas, especialistas estão otimistas com a nova moeda, uma vez que ela deve impulsionar o surgimento de novos negócios, otimizar serviços financeiros e gerar novas oportunidades para as empresas e para a população.

Dado que o mercado financeiro vem se transformando nos últimos anos com o avanço da digitalização, é imprescindível que as empresas que ofertam operações financeiras fiquem atentas às últimas movimentações e inovações, como o Drex, e contem com parceiros tecnológicos que possuam ampla expertise e sistemas que acompanhem as mudanças do mercado. É preciso aproveitar o dinamismo e as novidades do setor, afinal, boas oportunidades de negócio podem surgir a qualquer instante.

Denis Piovezan - CEO da Dimensa

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus autores. Não representa exatamente a opinião do MODAIS EM FOCO.