10/11/2020 07h00
Foto: ONU - Divulgação
A Assembleia Mundial da Saúde foi aberta, nesta segunda-feira (9), de forma virtual, com a pandemia de Covid-19 no topo da agenda. Em todo o mundo, já foram notificados quase 50 milhões de casos do novo coronavírus que mataram mais de 1,2 milhão de pessoas. O evento termina no próximo sábado (14).
No discurso de abertura do evento, o diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “outros milhões morreram devido à interrupção dos serviços essenciais de saúde.” Para ele, embora se trate de uma crise global, os países responderam e foram afetados “de maneira diferente”. Apenas quatro países concentram metade de todos os casos e de óbitos.
A abertura da Assembleia ocorre no mesmo dia em que, segundo agências de notícia, uma das vacinas candidatas mostrou eficácia de mais de 90% na proteção contra o coronavírus. A informação é dos laboratórios Pfizer e BioNTech.
Tedros afirmou que “muitos países e cidades têm prevenido ou controlado com sucesso a transmissão com uma abordagem abrangente baseada em evidências.”
Mas várias nações, especialmente na Europa e nas Américas, estão reintroduzindo restrições para lidar com uma nova onda de infecções e evitar sobrecarregar seus sistemas de saúde. Tedros afirmou que as pessoas podem estar cansadas da Covid-19, mas o vírus “não está cansado delas”.
O chefe da OMS destacou o trabalho da agência nos últimos meses, dizendo que reuniu milhares de especialistas para analisar evidências em constante evolução.
O Ensaio Solidariedade, que analisa a eficácia de tratamentos, é um dos maiores e mais diversos ensaios clínicos já vistos. Mais de 285 milhões de suprimentos médicos essenciais foram enviados para 168 países e territórios.
Acordo
Além disso, Tedros afirmou que o AceleradorACT, que pretende desenvolver vacinas e tratamentos rapidamente e alocá-los de forma justa, já “está mostrando resultados reais.”
Em setembro, foi assinado um acordo para disponibilizar 120 milhões de novos testes rápidos para países de baixa e média rendas. A OMS também garantiu doses de dexametasona, o único medicamento comprovado que reduz o risco de morte, para 4,5 milhões de pacientes em países de baixa renda.
Junto com seus parceiros, a OMS está apoiando ainda o desenvolvimento de nove vacinas, com mais a caminho.
Agenda
A agência da ONU divulgou três mensagens principais para esta Assembleia. Primeiro: é possível vencer a Covid-19 com ciência, soluções e solidariedade. Em segundo lugar, o mundo não deve recuar em seus objetivos essenciais de saúde. Para a agência, a pandemia “é um lembrete preocupante de que a saúde é a base da estabilidade social, econômica e política”
Por fim, o mundo deve começar a se preparar para a próxima pandemia agora. A Assembleia irá considerar um projeto de resolução que fortalece a preparação dos Estados-membros.
Direitos humanos
Também esta segunda-feira, especialistas em direitos humanos da ONU* criticaram os países que estão tentando monopolizar qualquer futura imunização contra a Covid-19, dizendo que a única maneira de combater a pandemia é disponibilizando vacinas acessíveis a todos.
Em comunicado, o grupo de nove especialistas afirma que “não há espaço para o nacionalismo na luta contra esta pandemia.” Eles dizem que “infelizmente, alguns governos estão tentando garantir vacinas apenas para seus próprios cidadãos”, mas “os vírus não respeitam fronteiras e ninguém está seguro até que todos estejam seguros”.
Os especialistas exortam ainda os países a apoiar a iniciativa Covax para o acesso equitativo global às vacinas contra Covid-19.
Fonte: ONU News