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03/04/2023 13h46
Foto: Divulgação
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou novas recomendações sobre a vacinação contra a covid-19. Uma classificação simplificada agora inclui três grupos de risco (alto, médio e baixo) e propõe uma abordagem diferenciada para o fornecimento da série primária e doses adicionais de reforço para um deles.
De acordo com a OMS, adultos saudáveis podem ser imunizados com o esquema primário de duas doses e um primeiro reforço. A população idosa, pessoas com comorbidades e imunocomprometidos, gestantes e profissionais de saúde devem receber reforços adicionais (além do 1º), seis ou 12 meses após a última dose.
As orientações são fruto de reunião realizada pelo Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em Imunização da OMS (Sage, em inglês). No encontro, que ocorreu no fim de março, os especialistas discutiram diretrizes para priorizar o uso de vacinas de acordo com o impacto da variante Ômicron e a alta imunidade da população em decorrência da vacinação e da infecção natural.
Grupos prioritários
De acordo com a OMS, todas as recomendações de vacinas contra o coronavírus são limitadas no tempo e se aplicam apenas ao cenário epidemiológico atual. Neste contexto, as orientações adicionais de reforço não devem ser vistas como reforços anuais contínuos de vacinas contra a Covid-19. O objetivo é orientar os países em planejamentos de curto e médio prazos.
O grupo consultivo da OMS descreve três grupos prioritários para a vacinação contra a Covid-19: alto, médio e baixo. A definição tem como base principalmente o risco de doença grave e morte, além de considerar fatores como o desempenho da vacina, custo-efetividade e aceitação da comunidade.
O grupo de alto risco inclui idosos; adultos mais jovens com comorbidades significativas (por exemplo, diabetes e doenças cardíacas); pessoas com condições imunocomprometidas (por exemplo, pessoas vivendo com HIV e pacientes de transplantes), crianças com 6 meses ou mais; pessoas grávidas, e profissionais de saúde da linha de frente.
Para o grupo de alto risco, a OMS recomenda um reforço adicional entre seis ou 12 meses após a última dose, com o prazo dependendo de fatores como idade e condições de imunocomprometimento.
O grupo de médio risco inclui adultos saudáveis com menos de 60 anos sem comorbidades e crianças e adolescentes com comorbidades. Para essa população, é recomendada a série primária e as primeiras doses de reforço. Para esse grupo, não há riscos em receber doses adicionais, mas a estratégia não é recomendada como rotina devido aos retornos de saúde pública comparativamente baixos.
O grupo de baixo risco inclui crianças e adolescentes saudáveis de 6 meses a 17 anos, para os quais doses primárias e de reforço são seguras e eficazes. No entanto, considerando a baixa carga da doença, o Sage indica que os países que consideram a vacinação dessa faixa etária devem basear suas decisões em fatores como carga da doença, custo-efetividade e outras prioridades programáticas ou de saúde.
No entanto, crianças imunocomprometidas e com comorbidades enfrentam um risco maior de Covid-19 grave e foram incluídas nos grupos de alta e média prioridade, respectivamente.
Embora baixa no geral, a carga de Covid-19 grave em bebês com menos de 6 meses ainda é maior do que em crianças de 6 meses a 5 anos. Segundo a OMS, a vacinação de gestantes - inclusive com uma dose adicional se tiverem passado mais de seis meses desde a última dose - protege tanto a elas quanto ao feto, ao mesmo tempo em que ajuda a reduzir a probabilidade de hospitalização de bebês por Covid-19.
A OMS recomenda que os países que já possuem uma política para reforços adicionais devem avaliar a evolução da necessidade com base na carga nacional de doenças, custo-eficácia e custos de oportunidade.
Sobre a bivalente
Além das diretrizes de esquema vacinal, o Sage também atualizou suas recomendações sobre vacinas bivalentes contra a Covid-19, recomendando agora que os países possam considerar o uso da vacina da Pfizer (BA.5) para a série primária.
As diretrizes ainda priorizam a proteção das populações com maior risco de morte e doenças graves pela infecção por SARS-CoV-2, além do foco na manutenção do funcionamento dos sistemas de saúde.
A nova orientação considera dados recentes da relação custo-benefício da vacinação contra a doença para aqueles com menor risco - ou seja, crianças e adolescentes saudáveis - em comparação com outras intervenções de saúde.
O documento também inclui recomendações revisadas sobre doses de reforço adicionais e o espaçamento dos reforços. A redução das condições pós-Covid das atuais vacinas também foi considerada, mas as evidências sobre a extensão de seu impacto são inconsistentes, segundo a OMS.
"Atualizado para refletir que grande parte da população está vacinada ou previamente infectada com Covid-19, ou ambos, o roteiro revisado enfatiza novamente a importância de vacinar aqueles que ainda correm risco de doença grave, principalmente adultos mais velhos e aqueles com condições subjacentes, incluindo com reforços adicionais", afirmou a presidente do Sage, Hanna Nohynek.
"Os países devem considerar seu contexto específico ao decidir se devem continuar vacinando grupos de baixo risco, como crianças e adolescentes saudáveis, sem comprometer as vacinas de rotina que são tão cruciais para a saúde e o bem-estar dessa faixa etária", completa.
Fonte: CNN