26/04/2020 17h32
Foto: Divulgação
Neste 26 de abril, as Nações Unidas marcam o Dia em Memória do Desastre Nuclear, ocorrido em 1986. Com base na sua nova estratégia de desenvolvimento, a ONU continua atuando como autoridades e parceiros para apoiar ações de desenvolvimento nas áreas expostas à radiação pelo desastre nuclear de Chernobil. O acidente, que completou 34 anos, afetou cerca de 8,4 milhões de pessoas por níveis de radiação na Ucrânia, na Belarus e na Federação Russa.
O então governo soviético reconheceu a necessidade de ajuda internacional em 1990. No mesmo ano, a Assembleia Geral adotou uma resolução sobre o tema (45/190). O documento pedia cooperação internacional para ajudar a mitigar as consequências do acidente nuclear.
Em seguida, foi criada uma força-tarefa com agências da ONU para a formação de um fundo de apoio. Desde 1986, o grupo gerido pelo Escritório de Coordenação de Assistência Humanitária, Ocha, lançou mais de 230 projetos nas áreas de saúde, segurança nuclear, reabilitação, produção limpa de alimentos, meio ambiente e outros.
Estratégia
Uma nova estratégia com base no desenvolvimento das áreas afetadas foi apresentada pela ONU em 2002. A decisão de instituir um Dia em Memória do Desastre de Chernobil foi adotada pela Assembleia Geral em 2016. No documento, a Assembleia ressaltou as consequências sérias e de longo prazo e os efeitos para as comunidades e territórios afetados.
Maior acidente nuclear da história
O acidente de Chernobyl, que aconteceu em 26 de abril de 1986, foi o maior acidente nuclear da história. Essa tragédia ocorreu na Usina V. I. Lenin, localizada na cidade de Pripyat, a cerca de 20 km da cidade de Chernobyl, na extinta União Soviética (atual território ucraniano). Matou milhares de pessoas e contribuiu para apressar o fim da União Soviética.
Os reatores RBMK (usados em Chernobyl e em outras usinas soviéticas) tinham um grave erro no seu projeto, o qual permitiu que o acidente acontecesse. Tudo ocorreu durante um teste de segurança que estava em curso e resultou na explosão do reator 4. Com a explosão, dois trabalhadores da usina foram mortos e, na sequência, iniciou um incêndio no reator que se estendeu durante dias. A explosão deixou o reator nuclear exposto, e o incêndio foi responsável por jogar na atmosfera uma elevada quantidade de material radioativo.
O vento levou o material radioativo lançado na atmosfera, principalmente para o oeste e norte de Pripyat, e a radiação espalhou-se pelo mundo. Rapidamente, foram identificados altos níveis de radiação em locais como Polônia, Áustria, Suécia, Bielorrússia e até locais muito distantes, como Reino Unido, Estados Unidos e Canadá.
Os primeiros a alertarem a comunidade internacional de que algo havia acontecido na União Soviética foram os suecos. Os questionamentos realizados ao governo soviético levaram-no a admitir que o acidente havia acontecido no dia 28 de abril. Até então, os soviéticos trataram de esconder o que havia acontecido, temendo os impactos disso para a reputação do país.