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Em seu último relatório do terceiro trimestre sobre as Perspectivas do Mercado de Transporte de Contêineres, a Bimco previu que os volumes globais de contêineres movimentados crescerão entre -0,5% e 0,5% em 2023, e entre 3,0% e 4,0% em 2024. Ele também aponta que o os volumes, head-haul e regionais, estão a obter resultados ligeiramente melhores, pelo que prevê um crescimento entre 0,0% e 1,0% em 2023 e entre 3,5% e 4,5% em 2024, ano em que as condições deverão ser mais favoráveis.

Embora as rotas de backhaul e de transporte regional tenham tido um desempenho ligeiramente pior do que o esperado durante o 1S23, as rotas de headhaul tiveram um desempenho ligeiramente melhor. Infelizmente, a Bimco estima que o resto do ano seguirá o mesmo padrão e um pouco pior. “Em comparação com o nosso cenário base anterior, a nossa previsão de crescimento do volume total para 2023 foi reduzida em 0,5 pontos percentuais, enquanto a previsão de crescimento para os volumes regionais e de headhaul permanece inalterada. 

Além disso, para 2024 reduziu a sua previsão de crescimento tanto para os volumes totais como para os volumes principais e regionais combinados em 2,5 pontos percentuais em comparação com o cenário base anterior. Por outro lado, a Bimco prevê que a recuperação do volume em muitas rotas importantes será adiada até 2024 devido às rigorosas condições financeiras prevalecentes tanto para empresas como para consumidores.

Contexto macroeconómico

O Fundo Monetário Internacional (FMI), no seu relatório de julho de 2023, aumentou ligeiramente a sua estimativa de crescimento do PIB para 2023 para 3,0%, mantendo-a em 3,0% para 2024. Se a previsão do FMI for precisa, a taxa média de crescimento anual da economia global ao longo de o quinquénio entre 2020 e 2024 terminará em 2,5%, valor significativamente inferior à média anual entre 2010 e 2019, que foi de 3,7%. 

O setor industrial também está enfrentando condições mais fracas do que o normal. O Índice de Gerentes de Compras (PMI) manufatureiro global, que mede a atividade manufatureira, esteve na área de contração do gráfico (abaixo de 50) por dez dos últimos onze meses. 

Além disso, a evolução dos stocks continua a ser um risco para os volumes futuros de contentores expedidos para os EUA, uma vez que nos dois sectores mais importantes (indústria e grossista), a relação entre stocks e vendas é mantida acima dos níveis pré-pandemia, indicando que ajustes ainda podem ser necessários.

Mais positivo é o indicador avançado compósito (CLI) da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para o Grupo dos 20 países (G20), que tem vindo a aumentar desde janeiro de 2023, indicando a passagem de um abrandamento para um aumento da atividade económica. atividade.

Os volumes regionais e de destino para o Leste e Sudeste Asiático, Europa e regiões do Mediterrâneo e da América do Norte, que representam 75% do total, decepcionaram. Embora as regiões do subcontinente indiano e do Médio Oriente, da América do Sul e Central e da África Subsariana tenham registado números de forte crescimento. 

Navios de abastecimento 

A Bimco também revisou a previsão de crescimento da frota para 7,9% em 2023 e 7,8% em 2024. Durante este ano, os armadores continuaram a encomendar novos navios e a carteira de encomendas permaneceu um pouco abaixo do recorde de 7,6 milhões de TEUs em março de 2023. Portanto, novos espera-se que a capacidade atinja recordes em 2023 e 2024, em 2,3 e 2,7 milhões de TEUs, respectivamente. 

Enquanto isso, a Bimco reduziu sua estimativa de desmantelamento para 2023 para 200 mil TEUs, mantendo uma estimativa de 600 mil TEUs para 2024. 

Por outro lado, a velocidade média de navegação aumentou ligeiramente desde o primeiro trimestre, mas até agora este ano ainda é 0,5 nós e 3,5% inferior à do mesmo período de 2022. As próximas entregas de navios podem permitir que as linhas reduzam ainda mais velocidades de envio adicionando navios aos seus serviços existentes. A Bimco estima que este fator reduzirá o crescimento da oferta em 3 pontos percentuais em 2023 e 5 pontos percentuais até 2024.

Os baixos níveis de água no Canal do Panamá estão a reduzir a eficiência da frota, especificamente na rota Trans-Pacífico de e para a USEC. No entanto, os porta-contentores não têm sofrido grandes atrasos, embora exista o risco de algum congestionamento local, sem influenciar muito a eficiência da frota global.

Frete e afretamento e navios usados 

O Índice Global de Preços do Container Trades Statistics (CTS) mostra que as taxas médias de frete em junho de 2023 caíram 61% ano a ano. As taxas de frete para as exportações da Ásia foram particularmente afetadas, mas as taxas de frete em todas as rotas caíram, embora no futuro o mercado possa melhorar o seu desempenho se as linhas conseguirem alinhar melhor a sua capacidade. 

Em agosto de 2023, as taxas médias de afretamento foram 75% mais baixas do que no ano anterior, e o período médio de afretamento foi reduzido pela metade. Entretanto, os preços dos navios usados ​​seguiram a mesma trajetória, caindo 47% em termos homólogos. 

Dadas as projeções de crescimento da oferta e da procura, a Bimco estima que os mercados de segunda mão e de fretamento temporário permanecerão sob pressão. 

Fonte: Mundo Marítimo