17/03/2020 11h49
Foto: Fernando Frazão - Agência Estado
Com o rápido avanço no número de casos diagnosticados de contaminação pelo novo coronavírus, alguns países tomaram medidas extremas, como o fechamento de fronteiras para conter a disseminação da doença. Argentina, Honduras, Peru e Canadá adotaram a medida.
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, decretou quarentena obrigatória para a população e o fechamento das fronteiras do país durante 15 dias. A medida foi tomada após um aumento de novos casos em apenas um dia. O total de pessoas infectadas pelo vírus já ultrapassou de 71. O Peru tem 32 milhões de habitantes.
De acordo com o governo peruano, as Forças Armadas e a polícia ajudarão a manter a ordem pública, impedindo aglomeração de pessoas. Apenas farmácias, bancos e mercados de alimentos e produtos essenciais estarão abertos.
O presidente de Honduras, Juan Orlando Hernández, decidiu pelo fechamento das fronteiras e do comércio pelos próximos sete dias. As restrições de fronteiras aéreas, marítimas e terrestres não afetarão o transporte de cargas e o fornecimento de produtos.
O presidente argentino, Alberto Fernández, anunciou diversas medidas. Entre elas, o fechamento das fronteiras que terá duração de 15 dias, podendo ser prorrogado. A proibição de entrada no território nacional é para estrangeiros não residentes. De acordo com documento oficial, "esta decisão minimizará a possibilidade de entrada e a propagação do vírus em nossa região. Colaboraremos com as autoridades dos países vizinhos na troca de informações essenciais para alcançar o objetivo comum."
Alberto Fernández afirmou que foram detectados casos em que pessoas que vinham de áreas de risco pousavam em países vizinhos e tentavam entrar na Argentina pela fronteira terrestre.
"Decidimos que durante os próximos 15 dias - prazo que pode ser prorrogado - fecharemos as fronteiras e ninguém poderá entrar, exceto, obviamente, argentinos nativos ou estrangeiros residentes na Argentina", afirmou Fernández.
Além disso, as aulas ficam suspensas por 14 dias, apesar das escolas não fecharem. A orientação é para que sejam realizadas atividades educativas à distância. Outra medida anunciada é a licença laboral para os maiores de 60 anos, grávidas e menores de 60 anos em condição de risco.
O Paraguai fechou parcialmente suas fronteiras. O presidente Mario Abdo Benítez disse que pretende que a decisão seja ampliada para toda a região do Mercosul, que inclui Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai.
"Uma das propostas é o fechamento parcial da fronteira para as pessoas, não para as mercadorias", disse Benítez, que também cancelou as aulas durante uma semana.
A Bolívia já havia tomado decisão semelhante quando proibiu a entrada de pessoas provenientes de países com muitos casos da doença, tornando mais rigorosos os controles nas fronteiras.
No dia 12 de março, o governo boliviano declarou emergência nacional e suspendeu as aulas até o fim do mês, além de proibir a entrada de passageiros provenientes da China, Coreia do Sul, Itália e Espanha.
Na Colômbia, o governo de Iván Duque decretou estado de emergência sanitária até o fim deste mês e fechou a fronteira com a Venezuela. Além disso, proibiu a entrada de voos provenientes da Europa e da Ásia.
Honduras e Guatemala já haviam decidido, na semana passada, pelo fechamento de suas fronteiras em comum.
O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, que está em quarentena, anunciou também o fechamento das fronteiras e somente permitir entrada de residentes permanentes ou cidadãos, em mais uma medida para conter a pandemia do novo coronavírus.
A medida não vale para tripulantes de aeronaves, diplomatas, familiares imediatos de canadenses e cidadãos dos Estados Unidos.
Trudeau está em isolamento domiciliar depois que sua mulher foi diagnosticada com o novo coronavirus. De casa, ele pediu aos canadenses que evitassem sair de casa para impedir mais casos de Covid-19.
O Canadá também vai manter apenas quatro aeroportos em funcionamento para voos internacionais — as viagens domésticas não sofreram alterações. Além disso, as companhias aéreas terão de detectar passageiros com sintomas da Covid-19 ainda nas filas. Caso apresentem sinal da doença, não poderão embarcar.