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Economia

Pandemia trouxe reflexos nas exportações de frutas in natura

O que se projeta para o final deste ano é um percentual de crescimento que deve se manter entre 5 a 8%

28/12/2020 11h08

Foto: Divulgação

Conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP, a pandemia da Covid-19 trouxe reflexos sobre o desempenho nas exportações em vários produtos brasileiros e as frutas in natura não ficaram de fora. A logística para embarques com destino ao mercado externo tanto por via marítima quanto por aérea sofreu forte revés, especialmente nesta última.

Ainda assim, o resultado apresentado não é tão pessimista como se previa. Um dos motivos pode ser explicado pelo fato da moeda americana valorizada ante ao real tornou as frutas brasileiras mais atrativas aos países importadores, permitindo assim que os exportadores reduzissem o preço médio, em dólar, sem deixar de ter um bom retorno em real.

Algumas das principais frutas voltadas para o mercado externo vêm registrando neste período de pandemia um volume até maior que ao observado durante o ano de 2019, este, aliás, que foi considerado um ano positivo para o setor.

Segundo informações colhidas no portal Hortifruit Brasil, as principais frutas exportadas pelo Brasil estão a banana, limão, maçã, mamão, manga, melancia, melão e uva. Países Baixos (Holanda), Reino Unido, Estados Unidos e Espanha são as principais portas de entrada das frutas produzidas e exportadas pelos portos e aeroportos no Brasil.

De acordo com Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) o último trimestre de 2020 (julho a setembro) houve um crescimento no volume das exportações de frutas em 6% comparado ao mesmo período de 2019. O que se projeta para o final deste ano é um percentual de crescimento que deve se manter entre 5 a 8% em relação ao ano anterior. O setor espera que o bom desempenho verificado até setembro se mantenha até o final do ano, contexto que pode fazer com que o faturamento com as exportações consiga atingir a meta dos US$ 1 bilhão em 2020.

Os maiores produtores de frutas no Brasil são Rio Grande do Norte, especialmente melão, e no eixo formado por Petrolina/Juazeiro (Pernambuco e Bahia), onde se encontra o maior polo de fruticultura do país, sobretudo manga e uva.

Cerca de 80% das frutas exportadas utilizam o transporte marítimo, que, mesmo sendo mais demorado para chegar ao seu destino que por via aérea, o custo operacional é bem menor. No transporte marítimo, a qualidade é a mesma, mas, são frutas ainda em fase de maturação para consumo imediato visto que o meio de transporte é bem mais demorado até a chegada ao porto de destino, entre 8 a 12 dias. Por via aérea seguem as frutas mais sensíveis e que estão praticamente prontas para consumo.

Fruticultura do Nordeste

O maior polo de fruticultura do país está localizado no Nordeste do Brasil, mais precisamente na região do Vale do São Francisco, cuja produção anual chega a 1 milhão de toneladas, sendo também responsável por 95% da produção brasileira de manga e uva para exportação. No extremo sul da Bahia também são produzidas uma variedade de frutas especialmente mamão, abacaxi entre outras.

Para a exportação por via marítima os produtores nordestinos contam com os portos de Natal (RN), Pecém (CE), Suape (PE) e o de Salvador (BA).

No caso dos embarques pelo Porto de Salvador, há todo um processo de logística neste tipo de operação, que se inicia na região produtora onde as frutas são acondicionadas em contêineres refrigerados, para posterior transporte rodoviário até o terminal de contêineres administrado e operado pelo Tecon Salvador, unidade de negócios da Wilson Sons.  Ao chegar ao porto os contêineres são direcionados ao pátio de estocagem do terminal que conta com centenas de tomadas de forma a manter os contêineres em temperatura adequada, até que sejam embarcados nos navios full contêineres que aportam no terminal.

Através do Tecon Salvador é escoada anualmente e a partir do segundo semestre, boa parte da produção de manga, uva e outras frutas cultivadas no Vale do São Francisco e na região sul do estado, tendo como principal porta de entrada no mercado europeu via Porto de Roterdã na Holanda.