07/03/2024 11h07
Foto: Divulgação
A Bahia vai ganhar uma biorrefinaria de etanol de milho, primeira indústria do estado com tecnologia para a produção desse tipo de álcool, em um sistema integrado de produção de energia e alimentos.
O anúncio oficial será feito pelo presidente da Petrobahia, Thiago Andrade, nesta quinta-feira (7), durante a AgroRosário, segunda maior e mais importante feira agrícola do estado, que acontece no município de Correntina. Trata-se de um investimento da distribuidora, em parceria com a Impacto Bioenergia, a J&H Sementes e a ICM, entre outros produtores importantes da região.
Segundo Andrade, o investimento global do projeto de R$ 908 milhões está dividido em R$ 520 milhões para a construção da unidade de processamento, R$ 120 milhões para estocagem de milho e R$ 268 milhões na planta para a cogeração de energia. O projeto, na sua primeira fase, terá como ênfase a conversão de milho em etanol e insumo para produção de ração animal.
Batizada de Projeto Farol, a unidade vai produzir o etanol, óleo de milho, DDGS (material proteico que serve de insumo para a produção de ração para gado bovino, suínos, aves e peixes) e CO2 biogênico. A unidade será operada pela Impacto Bioenergia, e tem previsão de início de operação para o segundo semestre de 2026.
"Do ponto de vista de sustentabilidade, os produtos que serão fabricados na Farol, a exemplo do CO2, óleo vegetal e etanol, são todos matérias-primas para a produção de biocombustíveis de 2ª geração: diesel renovável (HVO), e-metanol e o querosene de aviação sustentável (SAF)”, informou Thiago Andrade em entrevista ao Alô Alô Bahia.
A refinaria será construída entre os distritos de Rosário e Brejão, região entre os municípios de Correntina e Jaborandi, próximo ao estado de Goiás.
Atualmente, a Bahia importa 80% de todo etanol que consome dos estados de Mato Grosso, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco ou Alagoas.
Os 20% restantes são produzidos no território baiano pela Agrovale, Santa Maria e Bahia Etanol (BEL). Só a primeira fase do Projeto Farol representará o atendimento a 20% da demanda da Bahia. A segunda etapa do projeto vai dobrar a planta, o que representará mais 20% de produção local de etanol. Com as duas fases, o Farol irá produzir 40% da demanda baiana atual por etanol.
Na primeira fase, a planta terá capacidade de processar 600 mil toneladas de milho e produzir 258 mil m3 de etanol anidro por ano, além de 180 mil toneladas de DDGS e 9 mil m3/ano de óleo de milho para fins industriais. A unidade também vai produzir toda a energia necessária para a operação.