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Artigo

Polo de Oportunidades

Waldeck Ornélas

18/11/2023 06h06

Foto: Divulgação 

A Região Metropolitana de Salvador (RMS), criada em 1972, sempre foi marcada pela extrema dominância da cidade matriz e capital do Estado, que ainda hoje exerce forte primazia urbana. Nem mesmo a força da indústria – primeiro com o Centro Industrial de Aratu, em Simões Filho e Candeias, depois com o Polo Petroquímico, em Camaçari e Dias D’Ávila – foi capaz de criar cidades médias prósperas, dando origem a um “abc baiano”, a exemplo do que ocorreu em São Paulo. Por outro lado, cidades metropolitanas frágeis não fazem bem à Capital.

Prometendo romper esta inércia, apresenta-se agora Mata de São João, o município metropolitano mais distante de Salvador, no sentido Norte, oferecendo ao mercado um leque de oportunidades estruturadas em seus dois eixos – Litoral e Interior – cercados ambos de cuidados ambientais, marca característica do lugar.  No Litoral, os setores turístico e imobiliário, demandando atividades de comércio e serviços; No Interior, os segmentos de óleo e gás, petroquímica de quarta geração, logística, cerâmica, produtos de madeira plantada, sistematizados em um claro e objetivo programa estratégico de desenvolvimento, articulados em moderno plano físico-territorial.    

Ao longo do tempo a orla matense se consolidou como o principal destino turístico do Litoral Norte baiano, contando com as vilas de Praia do Forte e de Imbassaí, além da força de quatro grandes complexos hoteleiros – Costa de Sauipe, Palladium, Iberostar e Tivoli.

Desenvolvida com foco no turismo internacional, por iniciativa de Klaus Peters, Praia do Forte se firmou como turismo de segunda residência, tornando-se o point de verão da elite econômica baiana. Não sem razão, conta com casas que competem, em valor, com os apartamentos do Corredor da Vitória, em Salvador, compartilhando, com a capital, uma importante fração do mercado imobiliário baiano.

A sustentabilidade do destino turístico requer, contudo, a complementação do seu perfil, pela atração de equipamentos de entretenimento e lazer, como o anunciado Hot Parque Baía das Tartarugas, que precisa ser seguido de outros. A estrutura urbana, por sua vez, deverá ser complementada com a adição de funções urbanas não residenciais, mediante o desenvolvimento de três bairros inteligentes, nos eixos de Praia do Forte, Imbassaí e Costa de Sauipe, na margem oeste da Linha Verde, rompendo e superando o modelo de urbanização linear, entre a rodovia e a praia, até agora vigente.

Na falta de um plano turístico-urbano para todo o Litoral Norte baiano, Mata de São João, com a legitimidade de sua posição de destaque, chama a si a responsabilidade de promover a formação de uma centralidade urbana de escala regional, para atrair equipamentos, atividades e serviços, de modo a alavancar e dar sustentabilidade a todo esse importante eixo turístico, de relevância nacional e internacional.     

Por sua vez, a retomada dos investimentos em óleo e gás, com os campos do Recôncavo agora privatizados, tem gerado um novo dinamismo econômico no eixo do Interior, despertando o município para as oportunidades sinérgicas com o Polo Petroquímico, que estavam adormecidas. A atração de indústrias e de serviços logísticos e industriais, aliada à qualificação urbana da sede municipal – agora vista como um aglomerado urbano, conjugado à vila de Amado Bahia – potencializa o desenvolvimento urbano-industrial, para criar um importante centro de atividades ao longo da BA-093.

A metrópole soteropolitana precisa se fortalecer e, para tanto, necessita do surgimento de novas estruturas econômicas e urbanas em sua área de influência imediata. O município de Mata de São João, com identidade e perfil próprios, propõe-se a participar ativamente do desenvolvimento metropolitano, tornando-se um novo centro de atração de investimentos.

Mata de São João pede passagem para ser o novo polo da RMS!

Waldeck Ornélas - especialista em planejamento urbano-regional. Autor de Cidades e Municípios: gestão e planejamento.

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