20/04/2020 07h05
Foto: Divulgação
Um total de 1.081 marinheiros apresentou resultado positivo para coronavírus no porta-aviões "Charles de Gaulle" e no grupo aeronaval que o acompanha, de cerca de 2,3 mil pessoas, atracado no porto de Toulon, sul da França, segundo informações do Ministério da Defesa da França.
"Foram realizados 2.010 testes e 1.081 marinheiros deram positivo para o coronavírus até o momento", declarou a ministra da Defesa, Florence Parly. "545 marinheiros apresentam sintomas e 24 estão hospitalizados no hospital militar Sainte-Anne de Toulon, um dos quais em estado grave". Segundo o governo francês, os marinheiros que deram negativo estão em quarentena em um complexo militar.
A diretora do Serviço de Saúde do Exército (SSA), Marilyne Gygax Généro, havia informado que ao menos 940 dos tripulantes estavam infectados pelo Sars-Cov-2. "Somos e seremos transparentes. O contágio no porta-aviões é um evento absolutamente importante. Sem dúvida, haverá consequências a serem tiradas no final desta crise", disse Généro em um comunicado.
Prestação de contas
A diretora Généro compareceu na sexta (17) à Comissão das Relações Exteriores, Defesa e Forças Armadas do Senado francês para prestar contas sobre o avanço dos casos no navio.
O senador Christian Cambon disse que pedirá à ministra da Defesa, Florence Parly, testes de diagnóstico sistemáticos nas Forças Armadas antes de qualquer operação.
"Não é lógico que os militares não passem por testes antes de iniciarem uma missão, por sua segurança, mas também pela eficácia da operação", disse Christian Cambom, presidente da comissão das Relações Exteriores, Defesa e Forças Armadas do Senado francês.
Em nota, a diretora reconheceu que é impossível diagnosticar todas as unidades militares, assim como generalizar o uso das máscaras. No porta-aviões, 500 marinheiros apresentaram sintomas, 20 estão hospitalizados, um deles em estado grave.
Os marinheiros que deram negativo foram colocados em quarentena em um complexo militar. O porta-aviões nuclear chegou ao porto de Toulon, sul da França, no domingo (12), duas semanas antes do previsto.
A origem dos contágios é desconhecida. A tripulação, em missão há três meses, não esteve em contato com o exterior desde uma escala em Brest, oeste francês, de 13 a 16 de março.