01/10/2021 11h10
Foto: Divulgação
A greve de 72 horas iniciada pelos trabalhadores do Terminal Cuenca del Plata (TCP), e que posteriormente foi apoiada pelos trabalhadores da Montencon, terminou, conforme previsto, na quinta-feira (30), às 11 horas. A solução (princípio do acordo) é aumentar de 13 para 15 os "salários segurados" que os trabalhadores da TCP (pertencentes à Katoen Natie) cobrariam.
Além disso, de acordo com a ata assinada pelas partes no Ministério do Trabalho e Previdência Social (MTSS), fica estabelecido que entre segunda-feira, 4 de outubro, e sexta-feira, 8 de outubro, o TCP e o sindicato (Supra) vão retornar no ponto de salários segurados, e outros aspectos em que ainda não há acordo. O compromisso das partes é não adotar novas medidas até a próxima semana, quando as negociações serão retomadas.
“É saber qual é o salário que vamos ter mensalmente e não ficar especulando se entra ou não um navio”, disse Álvaro Reinaldo, secretário-geral da Supra, referindo-se às críticas recebidas pelos três dias de greve, o que impediu a entrada de vários navios, bem como o desembarque e embarque de contentores.
A paralisação das atividades dos trabalhadores portuários deveu-se à falta de detalhes para a renovação do acordo coletivo dos trabalhadores do TCP que vem negociando há vários meses com a Katoen Natie. Além desse motivo, há também a rejeição da concessão do terminal de contêineres do porto de Montevidéu por 50 anos - de 2031 a 2081 - acordada entre o governo e a Katoen Natie.
Repercussões da paralisação
Durante a greve, dois navios que planejavam atracar no Terminal Cuenca del Plata (TCP), cancelaram a ligação. Conforme informado pelo TCP, em 29 de setembro, a operação de ambos os navios incluía 3.400 contêineres, dos quais 1.600 não foram desembarcados e 1.800 não puderam ser embarcados, tendo que permanecer no TCP.
Por outro lado, o presidente do Instituto Nacional da Carne (Inac), Conrado Ferber, que se reuniu com o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, para relatar o impacto da paralisação, garantiu que: “o problema não é que o vai perder carne, um dos produtos que o país mais exporta. O que acontece é que a mercadoria vai chegar atrasada aos clientes e isso significa que os contratos não vão ser cumpridos. Não quero colocar um valor econômico nisso. Mas quem sabe que entregar mercadoria a um cliente é fundamental, tudo isso desacelera mais, cria mais problemas e, obviamente, tem repercussão no nível da indústria porque se não houver contêineres não é possível para funcionar normalmente".
Por fim, o secretário da Presidência, Álvaro Delgado, disse que a greve no porto foi um golpe para a economia. “O Uruguai não pode perder dias de exportação no porto, principalmente com o conflito que está ligado à falta de contêineres. A demanda por contêineres é tão grande, onde o Uruguai é vítima desta situação que ocorre em todo o mundo", destaca.
Fonte: MundoMarítimo