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Transporte Aquaviário

Porto de Paranaguá faz embarque pioneiro de DDGS

A operação vai exportar 27,5 mil toneladas para o Reino Unido, Inglaterra

20/12/2019 08h00

A primeira carga de “farelo”, produzido pelo processamento do milho para o etanol, será exportada pelo Porto de Paranaguá, neste final de ano. Conhecido no mercado como DDGS, a operação vai embarcar 27,5 mil toneladas para o Reino Unido, Inglaterra, através do navio Interlink Acuity.

“Ficamos animados quando a demanda surgiu e, mais ainda, quando esta operação foi confirmada. É uma oportunidade de ampliação de negócios não apenas para o porto e operadores, mas, também, para a indústria do Estado”, afirma o presidente da empresa pública Portos do Paraná, Luiz Fernando Garcia.

O diretor de operações, Luiz Teixeira da Silva Junior, informou que o produto é novo para exportação através do Porto de Paranaguá e a operação vai utilizar as correias e a infraestrutura do Corredor de Exportação. “Qualquer novo produto, que se agrega às operações portuárias, anima toda a cadeia. Principalmente, quando se enxerga que este é um segmento que vai crescer ainda mais”, completa.

O lote completo completo estava armazenado no terminal da Cimbessul, em Paranaguá. Segundo o coordenador de operações portuárias Ronaldo Zucarelli, foram 700 caminhões que descarregaram o DDGS nos armazéns da empresa.

Valmir Pedro Adamante, diretor executivo do terminal, disse que as perspectivas do setor são boas para a movimentação desse subproduto do milho. “Pelo crescimento na produção no Brasil, este é um negócio que vai andar forte, nos próximos anos. Estamos animados”, ressaltou.

O produto embarcado pelo Porto de Paranaguá foi produzido em Sinop, no Mato Grosso, pela Inpasa Agroindustrial S.A. No país, a empresa chega a processar 3,6 mil toneladas de milho por dia, produzindo 1,5 milhão de litros de etanol e mil toneladas de DDGS diariamente.

Segundo o Gerente Comercial, Jeferson Santi, além da primeira exportação de DDGS da empresa, pelo país, é a pioneira no Brasil. “É mais um produto do Agronegócio brasileiro”, destaca. “Estamos animados por estar abrindo este mercado exportador no Brasil”, completa Eliane Montanheiro, responsável pelo departamento logístico do grupo.

Atualmente, esse mercado é dominado pelos Estados Unidos que chegam a exportar cerca de 40 milhões de toneladas de DDGS ao ano. No Brasil, além da unidade de Sinop, a empresa deve abrir uma segunda unidade em Nova Mutum, também no Mato Grosso, que deve ser inaugurada no segundo semestre de 2020, agregando a produção de mais 750 toneladas de DDGS, por dia. O grupo tem, no Paraguai, outras duas unidades que já exportam pelo país vizinho.

 

Embarque anima indústria do Estado

Para Claudinei José Vesco, gerente comercial da Cooperativa Agroindustrial Vale do Ivaí (Cooperval) é um avanço exportar o DDGS pelo Estado. A Usina, localizada em Jandaia do Sul, começou a produção em 2018, foram 17 mil toneladas de milho processadas para produzir cerca de 7 mil m³ de etanol. “Este ano, tivemos um salto muito grande. Estamos fechando com aproximadamente 90 mil toneladas de milho processado e uma produção de mais de 36 mil metros cúbicos de etanol”, comemora Claudinei.

Para 2020, a expectativa da Usina é processar cerca de 150 mil toneladas de milho, aumentando ainda mais a produção do etanol e as oportunidades de comercializar subprodutos como o DDGS.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção total de etanol à base de milho no Brasil deverá atingir, na safra 2019/20, 1,35 bilhão de litros, representando acréscimo de 70,3% em relação ao exercício anterior.

Apesar de ter apenas uma Usina, o Paraná é o terceiro Estado produtor do biocombustível, atrás do Mato Grosso e de Goiás. Segundo a Conabe, da safra 2018/2019 para a 2019/2020, a produção no Estado aumentou 467,3%, passando de 9.569 litros para 54.288. Uma tonelada de milho é capaz de produzir 420 litros de etanol e 300 quilos de DDGS.