25/03/2022 08h45
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O CEO da BTP, Ricardo Arten, disse que o Porto de Santos precisa se preparar para atender com competitividade a oferta crescente do comércio exterior. Ele chamou a atenção que, se existe ambição de transformar o porto em hub, é necessário refletir se ele é capaz de absorver o crescimento da cabotagem e do transbordo. Arten defendeu que, para ver Santos como hub, é preciso aumentar a capacidade dos três principais terminais de contêineres (BTP, DPW e Santos Brasil). O executivo avaliou que a capacidade do Porto de Santos está muito restrita, o que traz a necessidade de mais competitividade e espaço nas áreas portuárias para contêineres para que o armador se sinta à vontade para tomar a decisão de escalá-lo.
“Não podemos ter serviço atracando na BTP e fazendo conexão na Santos Brasil e vice-versa. Não podemos ter serviço atracando na DP World e fazendo conexão na BTP porque sempre haverá uma perna rodoviária que vai inviabilizar esse processo de hub port”, exemplificou Arten, durante o evento ‘Visão da BTP Sobre o Porto de Santos Concentrador de Contêineres’, promovido pelo Comitê de Usuários dos Portos e Aeroportos do Estado de São Paulo (Comus) da Associação Comercial de São Paulo.
O executivo ressaltou que os terminais ganharam eficiência nas últimas décadas através do aumento da competitividade, reduzindo o tempo de atracação para navios e o custo para os clientes. Arten mencionou uma queda na box rate (cesta de serviços) média entre 2010 e 2020, assim como nas horas de espera para atracação. A avaliação é que as melhorias são resultado de investimentos em novos terminais, ampliação da concorrência e aumento da eficiência. “A competitividade e capacidade são inerentes para poder atrair e transformar Santos em hub port”, destacou.
Arten disse que a capacidade da BTP já está no limite físico e operacional e que investimentos para a ampliação da capacidade surtem efeitos diretos na empresa, que precisa importar e exportar com eficiência e competitividade. “Só podemos oferecer serviço melhor se tivermos mais espaço, mais equipamentos e mais capacidade, que se refletem em mais eficiência e menos Custo Brasil”, afirmou.
O CEO da BTP contou que, em 2021, o terminal da empresa deixou de receber 16 navios de importação, entre navios que foram para Santos Brasil e DP World ou que optaram por descarregar em Santa Catarina, em vez do porto santista. “Já temos demanda represada que não conseguimos atender por falta de capacidade. Já não conseguimos atender ao volume atual. Imaginem colocando mais cabotagem e feeder. E temos capacidade de atender toda a costa leste sul-americana (Bacia do Prata)”, analisou.
A BTP espera crescimento de 5% nas movimentações de seu terminal em 2022. Arten lembrou que a BTP protocolou em maio de 2021 pedido de prorrogação antecipada do contrato até 2047, que virá acompanhado de um plano de investimentos da ordem de R$ 1,4 bilhão para expansão do terminal. Ele observa que os principais Tecons que operam no maior porto da América Latina possuem planos de expansão da capacidade. “Precisamos colocar mais capacidade no Porto de Santos para sermos mais atrativos para armadores, importadores e exportadores”, salientou.
BR do Mar
Arten acrescentou que o BR do Mar é um tipo de programa necessário para que o porto ganhe escala e se torne um hub. “Não queremos aumentar apenas a capacidade da BTP. Quero ver a capacidade do terminal aumentada, mas defendo capacidade maior para o Porto de Santos. Outros terminais também têm que aumentar capacidade, para o armador poder olhar Santos como porto concentrador de carga”, concluiu.
Fonte: Jornal Portuário