12/09/2020 09h19
Foto: Porto do Recife - Divulgação
O Porto do Recife completa 102 anos neste sábado (12) como porto organizado e segue com investimentos em inovação e novas tecnologias para se manter atual e competitivo.
As obras estruturantes também são grandes apostas do porto centenário. Até o final de setembro deve ser publicado o edital de licitação da obra de dragagem do Porto do Recife. A licitação é fruto de um Termo de Compromisso assinado, no final de 2019, entre o Governo do Estado e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes – DNIT, com interveniência da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado e a interveniência executora da Porto do Recife S.A., na ordem de R$ 24.189.188.34. “A obra vai marcar uma nova fase nas condições operacionais do Porto do Recife”, comemora Carlos Vilar, presidente do Porto do Recife. A licitação prevê a retirada de um volume de 832.208 m³ de sedimentos do cais acostável, canal interno e bacia de evolução.
Já está em elaboração outros dois editais, um para a obra de drenagem e pavimentação de toda a faixa de cais e outro para a aquisição de novas defensas. Todas essas obras devem ser concluídas até o final de 2020.
O Porto do Recife também aguarda, com muita expectativa, a aprovação do Projeto de Lei 4199/2020, que institui o programa BR do MAR e estimula o transporte por cabotagem. Nos anos 1980/1990 o Brasil vivia o auge da cabotagem e o Porto do Recife participava ativamente do Modal, inclusive com operação de contêiner. “Com a retomada e o estímulo à navegação de cabotagem, o ancoradouro recifense volta a ser uma excelente opção de porto pra esse tipo de navegação, ajudando a desenvolver Pernambuco e o Brasil”, ressalta Vilar.
O Porto do Recife tem em sua infraestrutura um pátio de contêiner com 70mil m2 e após a dragagem, que deve ser finalizada até o final do ano, disponibilizará ao mercado cinco berços de atracação com 12,5 metros de profundidade.
Inovação e novas tecnologias
Recentemente o Porto de Recife adquiriu o Pirâmide, Sistema Integrado de Gestão Empresarial que deixará à disposição dos gestores um Business Intelligence, que ajudará a tomar decisões, mediante dados e informações.
“O Pirâmide é um software corporativo, com o qual iremos controlar todas as informações do Porto, integrando os dados, recursos e processos, das áreas de vendas, finanças, contabilidade, fiscal, estoque, compras, operação, folha de pagamento, entre outros dados”, explica Carlos Vilar. A virada está planejada para ocorrer no próximo dia 01 de outubro.
A implantação está na fase final de treinamento dos funcionários. Além de integrar os dados, o sistema estará na nuvem, o que significa que pode ser acessado de qualquer lugar. Quem seguir em trabalho remoto terá acesso como se estivesse no Porto. “Tudo isso nos tornará mais competitivos, na medida em que teremos as informações na palma das mãos, online em tempo real”, enfatiza Vilar.
O ancoradouro também está investindo em monitoramento através de drones. Com mais de dois quilômetros de cais acostável, seis berços de atracação, pátios e armazéns, o equipamento traz mais agilidade para a segurança e operações realizadas no Porto do Recife.
A cidade do Recife nasceu junto com o Porto
A história do Porto vai além dos 102 anos. Em meados do século XVI, quando os colonizadores portugueses ainda descobriam o Brasil, o navegador Pero Lopes de Souza já registrava, em seu Diário de Viagem, um ancoradouro denominado de ‘Arrecife dos Navios’.
Data de 1815 as primeiras iniciativas para a realização de melhoramentos no antigo ancoradouro do Recife. No decorrer do século XIX foram elaborados diversos projetos, sem que a execução prosperasse. Somente em 1º de julho de 1909, com a publicação do Decreto 7.447, a empresa Societé de Construction du Port de Pernambuco foi autorizada a construir as novas instalações, compreendendo 2.125m de cais e três armazéns.
Através dos decretos 14.531 e 14.532, ambos de 10 de dezembro de 1920, ficou definida a transferência da concessão do porto para o governo estadual, que deu prosseguimento às obras da sua implantação, concluindo mais cinco armazéns, um galpão e começando o prolongamento do cais.
Essa concessão foi revista e aprovada pelo Decreto 1.995, de 1º de outubro de 1937, e encampada, posteriormente, pelo Decreto 82.278, de 18 de setembro de 1978, pela Empresa de Portos do Brasil S.A (Portobrás), extinta em 1990, passando o Porto do Recife à administração da União até maio de 2001.
A partir de 1º de junho de 2001, através do Convênio de Delegação nº 02/2001, firmado entre o Governo do Estado de Pernambuco e a União Federal passa a administração e exploração do Porto Organizado do Recife a ser realizada pelo Estado de Pernambuco por intermédio da empresa Porto do Recife S/A.