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Transporte Aquaviário

Porto do Recife embarca cestas básicas para Fernando de Noronha

Mais de 700 famílias do arquipélago receberam a doação de alimentos, água mineral e itens de higiene

25/06/2020 07h00

Foto: Divulgação

Como a economia do arquipélago de Fernando de Noronha é basicamente formada pelo turismo, as ações sociais em benefício dos moradores da ilha foram intensificadas durante a pandemia provocada pelo coronavírus. Sob a coordenação do Governo estadual, uma rede de solidariedade, cuja logística está sendo operada pelo Porto do Recife, foi criada para garantir a doação de alimentos, água mineral, ração animal e itens de higiene a mais de 700 famílias do arquipélago. No ancoradouro recifense já foram embarcadas duas mil cestas básicas. 

A iniciativa é fruto de um esforço coletivo entre o poder público e a iniciativa privada. Participam as secretarias de Desenvolvimento Econômico e Desenvolvimento Social, além do Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco (Ceasa-PE), empresas de alimentos e de transporte marítimo de cargas, e o órgão Gestor de Mão de Obra do Recife (OGMO Recife).

Até o momento, já foram doadas 60 toneladas de cestas básicas; 4 toneladas de caixas com garrafas de água mineral; 3 toneladas de frutas e legumes; meia tonelada de frango congelado; 600 quilos de ração animal e 400 quilos de máscaras de proteção e álcool.

Segundo o coordenador de Operações e Estatísticas do Porto do Recife, Édson Ferreira Gomes, como a demanda por alimentos e por produtos de higiene pessoal diminuiu consideravelmente na ilha, com as medidas de isolamento social (todas as atividades turísticas estão suspensas em Noronha), apenas as embarcações que têm contrato para transporte de combustíveis e resíduos estão com viagens regulares. 

“As demais embarcações se deslocam apenas quando têm cargas contratadas. Mesmo assim, com as dificuldades enfrentadas no momento, as que estão fazendo o trajeto têm reservado espaço gratuito para ajudar à população da Ilha, o que, sem dúvida, todos nós agradecemos”, afirma Gomes.

Édson Ferreira Gomes destaca a importância do papel de fiscalização do porto. “Sabemos que muita gente tem boa vontade de ajudar, mas existem regras a serem seguidas. Há alguns dias, uma empresa quis fazer uma doação grande de frango congelado, mas a conservação do produto não estava nas condições ideais. Então, não pôde embarcar naquele dia. Felizmente, dias depois, o problema foi devidamente resolvido, e a carga transportada”, lembra.

O gerente Comercial de Transporte Marítimo da Agemar, Arlindo Santos Júnior, explica que, logo quando surgiu o problema da pandemia e do isolamento social, a administração de Noronha procurou a empresa para que fosse feita uma parceria de transporte, sem frete, de duas mil cestas básicas vindas do Ceasa-PE.  A proposta foi aceita. A média do frete cobrado pelas embarcações é de R$ 1,4 mil por tonelada transportada.

“Já foram feitas três viagens, com um total de duas mil cestas. Isso tudo sem contar com as duas toneladas de legumes que já enviamos também para lá. Um dos nossos pilares é valorizar relacionamentos. Por isso, acreditamos ser fundamental praticar a empatia no momento em que a comunidade da ilha tem experimentado, de forma intensa, sentimentos como incerteza, ansiedade e insegurança”, declara Santos Júnior.

Para ajudar ainda mais na logística, o Órgão Gestor de Mão de Obra do Recife (Ogmo Recife) abriu mão do pagamento que essas embarcações deveriam fazer. Vale a pena lembrar que a nova Lei dos Portos (12.815/2013) manteve “a obrigatoriedade da contratação de mão de obra via Ogmo nos portos organizados”.  

“Quando soubemos dessas doações, avisamos ao porto que iríamos abrir mão desse pagamento. O que está em jogo neste momento é a solidariedade”, garante a gerente Administrativo-Financeira da Ogmo Recife, Gleyce Bezerra. A média cobrada pelo órgão gestor é R$ 1,4 mil por embarcação.