21/07/2020 14h10
Porto de Aratu-Candeias - Foto: Divulgação
O desempenho dos portos públicos baianos segue na contramão dos resultados positivos obtidos em alguns portos públicos da região Nordeste, a exemplo de Suape (incremento de 17%), Itaqui (7,0%) e Fortaleza (5%), e da região Sudeste e Sul (Santos (6,2%), Paranaguá (13,0%), São Francisco do Sul (13,7%) que, independente dos efeitos econômicos provocados pela pandemia da Covid-19, vêm superando recordes e desempenhos positivos neste semestre.
Segundo os dados estatísticos que constam do portal da Companhia das Docas do Estado da Bahia – Codeba, os portos públicos fecharam o primeiro semestre com recuo de 12,1% na movimentação de cargas, quando comparado ao mesmo período de 2019. No total foram movimentadas 4,8 milhões de toneladas, contra 5,5 milhões nos seis primeiros meses do ano passado, cerca de 660 mil toneladas a menos. É um volume bastante expressivo de carga para um período de apenas seis meses, sinalizando que dificilmente poderá haver uma reversão desse quadro até o final do ano.
O Porto de Salvador manteve idêntica movimentação do primeiro semestre de 2019, somando 2,2 milhões de toneladas. A única alteração significativa foi o recuo em 7,4% na tonelagem de carga conteinerizada, especialmente no sentido de importação; em contrapartida, o porto foi compensado pelos atípicos embarques de 106 mil toneladas do produto ferroligas em forma de granéis sólidos, produzidos e exportados pela empresa Ferbasa para o mercado do sudeste asiático. Sem esses embarques esporádicos, o porto fecharia o semestre com recuo de 5,3%.
Com 23,7% de retração em relação ao primeiro semestre de 2019, o Porto de Aratu-Candeias apresentou um dos piores resultados semestrais dos últimos dez anos, somando pouco mais de 2,4 milhões de toneladas, refletido pela movimentação dos graneis líquidos, em queda de 36,0%, sobretudo pelo considerável declínio nos desembarques da nafta petroquímica, produto básico para o setor produtivo da indústria química e petroquímica do estado.
Para compensar os resultados adversos dos seus pares, o Porto de Ilhéus viu sua movimentação crescer 55% em relação ao semestre anterior, beneficiado que foi pelos embarques de pinos de madeira e de soja na forma de graneis, produtos que vinham ausentes ou com pouca frequência, nos últimos tempos, da pauta das exportações naquela unidade.