Foto: Reprodução/Zoom

O prefeito de Salvador, Bruno Reis (DEM), anunciou nesta terça-feira (16) que vai prorrogar, por mais três meses, a intervenção do município na CSN (Concessionária Salvador Norte), empresa que administra ônibus de 127 linhas do sistema de transporte coletivo da capital baiana entre a Estação Mussurunga e a Orla da cidade.

A intervenção terminaria nesta quarta (17), e a expectativa da prefeitura era conseguir uma empresa que aceitasse assumir os ramais. Como isso não aconteceu, a gestão estendeu a medida até junho, quando termina o prazo de um ano, fixado em lei, para que a prefeitura possa continuar à frente da concessionária.

Bruno Reis informou que deve se reunir com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) nesta terça para buscar uma solução para a bacia. As dificuldades financeiras também atingem as outras duas empresas que operam o sistema, que alegam que terão dificuldades para pagar o salário de abril dos funcionários. Ele voltou a alertar que a prefeitura não terá condições de manter os investimentos que vem fazendo para evitar a paralisação do sistema por causa de uma eventual quebra financeira das empresas.  

"As outras duas, por causa da crise econômica, da pandemia, a gente não pode descartar problema. Quando a empresa tem dificuldade para pagar seus funcionários, tem aí graves indícios de que a situação não está boa. Para a CSN só tem dois caminhos: ou o privado operar, ou a prefeitura assumir. Se o relatório [de intervenção] opinar pela caducidade [do contrato, por falta de condições de operar o sistema], vamos ter que tomar uma decisão, mas há um risco de que isso atinja as bacias de toda a cidade", disse.

Segundo o prefeito, de abril do ano passado até agora, foram aplicados R$ 120 milhões no transporte público para compensar as perdas das concessionárias, já que a pandemia provocou queda no número de passageiros que usam o serviço. 

"Esse dinheiro poderia ser usado para construir um novo hospital municipal. Veja o esforço que a prefeitura está fazendo no transporte público e não está resolvendo", lamentou. 

A intervenção na CSN começou em junho do ano passado, após a empresa ingressar na Justiça alegando não ter condições financeiras de operar a bacia. 

Fonte: Bahia Notícias