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Sustentabilidade

Primeiro navio cargueiro do mundo movido a vela chega ao Brasil

O Navio Pyxis Ocean finaliza sua viagem inaugural no Porto de Paranaguá, onde será carregado com 63 mil t de farelo soja

15/09/2023 11h25

Foto: Divulgação

navio Pyxis Ocean, fretado pela empresa de transporte marítimo Cargill, chega nesta sexta-feira (15) ao Porto de Paranaguá, no Paraná. A embarcação, que será abastecida com farelo de soja, é equipada com velas especiais gigantes movidas a vento. O navio partiu da China e agora chega ao destino final da sua viagem inaugural.

Essa será a primeira vez que um navio cargueiro movido à vela, mas que também possui motores convencionais a combustão, chega a um porto brasileiro.

Além disso, a viagem é uma aposta para ajudar a indústria a caminhar em direção a um futuro mais verde.

O cargueiro conta com grandes velas (ou “asas”) WindWings, de design britânico, que ficam dobradas quando o navio está no porto, mas são abertas após zarpar. Elas têm 37,5 metros de altura e são construídas com o mesmo material das turbinas eólicas, o que as torna mais duráveis.

Redução do impacto ambiental

O uso da tecnologia permite que a embarcação seja levada pelo vento, em vez de depender apenas de seu motor, o que pode reduzir as emissões de dióxido de carbono (CO2) em até 30%. A iniciativa faz parte dos esforços para reduzir os impactos ambientais provenientes do transporte marítimo.

Atualmente, o setor responde por cerca de 2,1% das emissões globais de CO2. Em julho, a indústria concordou em zerar a emissão de gases que aquecem o planeta “por volta de 2050”.

A previsão é que, em apenas dois anos, metade dos navios construídos já utilizarão velas como auxiliares na propulsão, recurso no qual o Pyxis Ocean é pioneiro.

Apesar da intensa expectativa pela chegada do navio ao litoral do Paraná, não é a primeira vez que um cargueiro com propulsão assistida pelo vento chegará a um porto brasileiro. Em abril deste ano, o navio panamenho Sea Zhoushan atracou no porto do Rio de Janeiro e despertou curiosidade por ostentar grandes cilindros verticais fincados no convés, como se fossem grossos mastros.

Mas eram rotores (também chamados de “velas rotativas”), equipamentos que, impulsionados pelos ventos, giram com velocidade, gerando diferenças na pressão, que impulsiona os navios para a frente, fenômeno conhecido como “Efeito Magnus”.

No caso do Pyxis Ocean, as “velas” — no caso, duas, embora já se fale em instalar meia dúzia delas em cada navio — têm formato e funcionamento mais semelhante ao que estamos habituados a ver nos veleiros.