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Artigo

Quantos quilômetros de dutos temos no Brasil hoje?

Centro Brasileiro de Infraestrutura - CBIE

30/12/2019 21h58

A resposta é simples: a malha de gasodutos brasileira completa tem cerca de 45 mil km. Porém temos diferenças nos tipos de dutos. A malha dutoviária para transporte de gás natural é de 9,5 mil km. Esses são gasodutos que realizam a movimentação de gás natural desde as unidades de processamento de gás natural, as UPGNs, até às instalações de estocagem. Esses dutos podem levar a molécula diretamente também para grandes consumidores como indústria pesada ou térmicas, ou finalmente aos pontos de entrega (City Gate) de concessionários estaduais de distribuição.

Já a malha de distribuição é de 35,5 mil km – mais que o triplo da escala da malha de transporte. São estes dutos que recebem o gás natural no ponto de entrega (City Gate) e entregam aos consumidores finais, completando a cadeia do gás. Essa infraestrutura pertence aos concessionários estaduais de distribuição como a antiga Gás natural Fenosa, recentemente renomeada Naturgy, Comgasdentre outras. Veja tabela abaixo:

Veja as concessionárias estaduais de gás natural nos estados brasileiros (Fonte: gáscanalizado.com.br)

O Brasil ainda está muito atrás em relação a países vizinhos na disponibilização de malha de gás natural encanado para atender a população. A Argentina, por exemplo, possui uma malha de gasodutos de transporte de 16 mil km, praticamente o dobro da brasileira, mesmo possuindo território um terço menor que o Brasil.

A Argentina tem uma malha mais integrada com seu interior, ao passo que no Brasil o objetivo inicial era transportar o gás da produção offshore para as capitais litorâneas, provindo das bacias de Santos, Campos e Espírito Santo e também na Região Nordeste. Esta concentração na costa faz com que exista subtilização do gás na indústria brasileira no interior do país.

Além dos sistemas de gasodutos no litoral abastecidos pelo escoamento da produção offshore, outras partes importantes da nossa rede de transporte de gás estão no Gasoduto Bolívia-Brasil (Gasbol) e na ligação entre a produção de gás no Polo Arara, em Urucu, até a Cidade de Manaus (Amazonas), conforme observado nos mapas a seguir:

Veja a malha de gasodutos das regiões Norte e Nordeste do Brasil (Fonte: Reprodução)

O gás importado da Bolívia através do Gasbol, implementado por uma política energética que visava sua utilização na indústria nacional já foi responsável por cerca de 1/3 da oferta total do Brasil em seu auge no início dos anos 2010. No entanto, a instabilidade no fornecimento reduziu a participação para pouco mais de 25% entre 2016 e 2018. Por outro lado, o gasoduto Urucu-Coari-Manaus iniciou as operações em 2009 e chega às usinas termoelétricas da Amazônia onde geram mais 750 MW de energia elétrica.

Veja a malha de gasodutos das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil (Fonte: Reprodução)

Hoje, parte significativa do gás natural que sai de poços do pré-sal tem de ser reinjetada nos campos, pois ainda não há como escoar, processar e distribuir todo o energético produzido. O aumento do uso de gás para atividade industrial e em novas térmicas a partir da expansão da exploração do Pré-sal está sendo estudado pelo governo, e há um debate acerca da implementação de programas de expansão da malha de gasodutos, como o projeto do Brasduto.

 

Fonte: Centro Brasileiro de Infraestrutura - CBIE