16/04/2021 15h06
Foto: Rildo de Jesus
Um grupo de rodoviários realiza um protesto nesta sexta-feira (16) no entorno da Estação da Lapa, em Salvador. Dezenas de ônibus estão estacionados ao longo da via que dá acesso ao terminal, numa extensão que alcança o Dique do Tororó e o Vale dos Barris.
A categoria cobra direitos trabalhistas de ex-colaboradores da CNS (Consórcio Salvador Norte), cujo contrato com a prefeitura da capital chegou ao fim no mês passado. Segundo o sindicato que representa os motoristas e cobradores, a gestão Bruno Reis descumpriu acordo feito com os profissionais desligados da concessionária, o que os impede, por exemplo, de receber valores do FGTS.
Por causa da manifestação, iniciada por volta das 9h, muitos passageiros se viram obrigados a descer no meio do caminho e a seguir a pé para seus destinos. Alguns coletivos foram atravessados nas vias da região. Durante o ato, o trânsito permanecia congestionado no local.
A CSN atuava com linhas que atendiam à bacia da orla e de Mussurunga. Com a caducidade do contrato, a prefeitura passou a assumir diretamente a operação.
A administração municipal diz ter investido R$ 90 milhões durante os nove meses de intervenção na concessionária, que acumulava prejuízo de mais de R$ 258 milhões.
Conforme uma auditoria divulgada pela prefeitura, a empresa soma hoje R$ 516 milhões em dívidas. Dentre os principais passivos mencionados no documento, estão R$ 172 milhões em dívidas municipais; R$ 125 milhões, entre rescisões e processos trabalhistas, R$ 40 milhos com fornecedores, além de R$ 25 milhões em parcelas de financiamentos e empréstimos bancários.
Em nota, a Secretaria municipal de Mobilidade (Semob), informou que a Prefeitura tem buscado mediar as negociações entre a empresa e seus antigos colaboradores para que um acordo entre ambas as partes seja definido o mais breve possível.
"A gestão municipal reitera que tem empregado todos os esforços a fim de evitar uma possível paralisação dos serviços, tendo assumido diretamente a operação de transporte na bacia onde atuava a antiga concessionária e contratando mais de 2,8 mil funcionários pelo REDA, evitando também que a população seja penalizada com uma suspensão das atividades", diz a nota da Secretaria.
Fonte: bahia.ba