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Transporte Terrestre

Salvador: cresce veículos nas ruas e de passageiros nos ônibus

Dados foram divulgados Transalvador, em comparação a março, mês que iniciou isolamento

22/08/2020 09h12

Foto: Divulgação

Uma pesquisa feita pelo Instituto Datafolha mostra que o isolamento social está em queda em todas as regiões do país. Em Salvador, os números de veículos nas ruas e passageiros nos ônibus quase dobraram em agosto, cinco meses depois do início do isolamento, segundo a Superintendência de Trânsito do Salvador (Transalvador).

No dia 10 de fevereiro, antes da Covid-19 chegar ao estado, eram mais de 680 mil veículos nas ruas da capital baiana. Em março, o número de veículos circulando na cidade caiu para 394.095, por causa do isolamento social. Cinco meses depois, foram registrados 603.659 veículos. Ainda segundo a Transalvador, a quantidade de passageiros nos ônibus passou de 300 mil pessoas para 550 mil nesses cinco meses.

"Nós tínhamos, no início da pandemia, cerca de 30% das pessoas andando em ônibus que se andaria em dias normais. Hoje, tem regiões da cidade em 54%, por exemplo, a área de Cajazeiras. Nós temos mais idosos andando agora nos transportes públicos do que nós tínhamos nos tempos normais, sem a pandemia", explicou Fábio Mota, secretário municipal de Mobilidade.

No sistema ferry boat, a média de pessoas atendidas era de 15 mil por dia antes da pandemia. O número desceu para 5.700 em março e voltou a subir em agosto, com a média de quase 7 mil pessoas diariamente.

A reabertura do comércio e de alguns serviços contribuiu para ter mais gente na rua. O secretário de Saúde do Estado (Sesab), Fábio Vilas Boas, alertou que, apesar do número de leitos clínicos e de UTI para Covid-19 ficarem disponíveis, não garante a sobrevivência do paciente.

"Lamentavelmente a taxa de letalidade dentro da UTI chega próxima a 50%, em média, em todo o estado. Dependendo do perfil de risco da pessoa, o número pode ser menor ou maior, mas gira em torno de 27% até 50%", explicou Fábio.

A pesquisa do Datafolha apontou que, em abril, 21% dos brasileiros se diziam em isolamento completo e 50% diziam que só saíam de casa quando era inevitável. Na pesquisa de agosto, o total de brasileiros que se diziam em isolamento total foi de 8%, enquanto a taxa de pessoas que diziam evitar sair foi de 43%.

Ainda segundo a pesquisa, 11% das pessoas que ganham até dois salários mínimos ficam em casa contra 2% dos mais ricos (que ganham mais que dez salários) em todo o país.

"Com a redução, o que pode acontecer é um avanço descontrolado da doença e que o sistema público de saúde pode encontrar dificuldades", explicou Léo Prates, secretário da Saúde de Salvador.

O pesquisador Sérgio Rezende, coordenador do Comitê Científico do Consórcio Nordeste, disse que o comportamento da população preocupa, já que os casos da doença não vêm caindo.

"Aqui no Brasil, o número de contaminados por dia fez isso [aumentar] e, ao invés de descer depois de chegar no que parecia seu máximo, ele quase não varia, está mais ou menos na mesma situação", contou Sérgio.

Rafael consegue trabalhar em home office, mas, mesmo quando está de folga no serviço, contou que só sai de casa quando realmente precisa. "Só saio mesmo quando é para fazer mercado e, mesmo assim, prefiro fazer por delivery, através dos aplicativos", contou.

Fonte: G1