Utilizamos cookies de terceiros para fins analíticos e para lhe mostrar publicidade personalizada com base num perfil elaborado a partir dos seus hábitos de navegação. Pode obter mais informação e configurar suas preferências AQUI.

Artigo

Salvador Desenvolve, um Grande Desafio

Fábio Rocha

12/02/2021 07h04

Foto: Divulgação

A cidade de Salvador evoluiu muito nestes últimos oito anos, ninguém tem dúvida disso, mais do que talvez em todos os seus últimos trinta anos ou mais. Mesmo com todas as dificuldades inerentes a uma cidade cheia de passivos, a excelente gestão do prefeito ACM Neto, somado aos investimentos de outras esferas de Governo e privados, fizeram nossa cidade dar um grande salto mesmo aos mais críticos.

Entre outros grandes desafios para a nossa cidade, a real evolução em aspectos relativos ao desenvolvimento econômico e ao campo do trabalho são sem dúvida um grande gargalo.

Sem querer trazer aspectos mais estatísticos ou quantitativos, sabe-se que o nível de pobreza da população em Salvador, o volume de pessoas no mercado informal, os baixos salários ofertados no mercado e a escassez de oportunidades é uma realidade inerente à nossa cidade.

No campo também da economia, somos uma cidade muito frágil, com as vocações do turismo e da cultura, ainda muito incipientes em termos de geração de receitas significativas para uma cidade do porte de Salvador.

Tudo isto somado a passivos educacionais e por que não dizer a uma falta de apetite nossa para busca do conhecimento mais especializado, de um comportamento mais competitivo e de uma relação com o trabalho ainda longe do ideal, do ponto de vista do entendimento que educação e trabalho são meios reais de ascensão social.

O novo prefeito de Salvador, Bruno Reis que assumiu há pouco mais de um mês, já trouxe um primeiro sinal positivo neste aspecto, propondo na sua primeira Reforma Administrativa, a criação da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico Emprego e Renda (Semdec)

Mas este desafio vai muito além de uma gestão, do poder público, ele deve ser um desafio de todos os setores diretamente relacionados à economia de Salvador, organizações privadas, sociedade civil organizada, Sistema “S”, instituições de ensino e os soteropolitanos como um todo.

Ele também precisa de um olhar que vai muito além do curto prazo é necessário se pensar a longo prazo, com políticas públicas e programas que serão desenvolvidos durante pelo menos 10 anos, sempre aperfeiçoados constantemente em suas mecânicas e metas.

Faz-se necessário também que a estratégia em prol do desenvolvimento econômico, emprego e renda, tenham ações em diversas dimensões, gerando transformações significativas de natureza legal, comportamental, de mindset (modelo mental) dos nossos empresários, de linhas de crédito e/ou de investimento e de políticas de marketing da nossa cidade.

Para que a cidade de Salvador realmente tenha chances de dar saltos nesta esfera, inclusive em um momento de grande crise no Brasil e no mundo, com total cenário de incerteza e instabilidade, também não pode deixar de ter como cerne desta estratégia a sua essência no campo da cultura e do turismo, a sua real identidade.

Mais do que a energia ou beleza de Salvador, precisamos entender os reais números e gaps da cultura e turismo, tendo um olhar mais econômico e planejando mudanças que gerem grandes dividendos, não só reputacionais, como também de receitas, oportunidades de trabalho e espaços para o empreendedorismo.

Portanto, tendo uma equação tão complexa de desenvolver uma cidade como Salvador, tão cheia de passivos e em um momento de mundo tão desafiador, faz-se necessário à construção de uma espécie de planejamento estratégico do que pode ser feito no campo do desenvolvimento econômico e trabalho.

Valendo destacar, que este é um desafio que requer soluções inovadoras, mesmo em cima de algo tão natural e tão presente na cidade de Salvador, sua diversidade cultural, belezas naturais e o que a de mais forte da nossa cidade, a sua alegria e um povo contagiante.

Por fim, vale registrar que o título do artigo foi apenas um insight de o que poderia ser quem sabe o nome de um Programa de longo prazo integrando o público, privado e não-governamental.

Fábio Rocha - Diretor-Executivo da Damicos Consultoria, Treinador Comportamental, Consultor, Palestrante, Professor e Especialista em Carreira, Liderança e Cultura Organizacional

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus autores. Não representa a opinião do MODAIS EM FOCO