05/09/2024 07h56
Foto: Bruno Concha - Secom - PMS
Salvador apresenta o menor índice de emissão de gás carbônico (CO2) dentre as capitais brasileiras, segundo dados do “Mapa da Desigualdade entre as Capitais”, elaborado pelo Instituto Cidades Sustentáveis (ICS). O levantamento pautará debates importantes na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém, no Pará, entre 10 e 21 de novembro de 2025.
Divulgado neste ano, o estudo conta com o apoio da União Europeia (UE) e da Frente Nacional de Prefeitos (FNP) e elenca as 26 capitais brasileiras por seu desempenho em uma série de tópicos. Os dados demonstram que a capital baiana tem contribuído com a diminuição das emissões de CO2 per capita no Brasil, com taxa de 1,06, liderando o ranking nacional e ficando à frente de capitais referência no tema como São Paulo e Curitiba. Fecham o pódio de menos emissoras de CO2 as cidades brasileiras de Maceió, com taxa de 1,12, e Belém, com taxa de 1,14.
“Estamos trabalhando diariamente pela diminuição da emissão de gases em Salvador. Nosso compromisso é neutralizar as emissões até o ano de 2049, quando nossa capital completa 500 anos”, assinala o titular da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-estar e Proteção Animal (Secis), Ivan Euller.
Salvador sustentável
Diante dos desafios climáticos e atenta sobre a importância em promover o desenvolvimento sustentável da cidade, a gestão municipal desenvolveu o Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC), documento que norteia práticas que reconhecem a necessidade de um desenvolvimento inclusivo, de baixo carbono e resiliente, aos efeitos da mudança do clima na cidade.
Uma das diretrizes do PMAMC para garantir a redução dos índices de carbono é o Inventário de Gases de Efeito Estufa de Salvador, que está em sua terceira edição. O documento descreve práticas adotadas pelo município e elenca resultados conquistados.
No setor de energia, a cidade tem o maior programa de incentivo ao uso de energia solar. “Estamos bem perto do aumento de 500% do uso dessa energia em Salvador entre o período de 2020 até agora 2024. Vamos seguir trabalhando nos mais diversos setores, como transporte, resíduo e energia para continuar melhorando nossos índices", pontuou o secretário da Secis.
O papel do transporte público
No setor de transporte público, por exemplo, o que mais emite gases, Salvador implantou o BRT, modal que trouxe veículos mais modernos e menos poluentes para a cidade e diminuiu os índices de CO2 emitidos.
O sistema é 14 vezes menos poluente que o carro ou duas vezes menos que os ônibus convencionais. Apenas os ônibus da frota elétrica conseguiram evitar a emissão de 540 toneladas de CO2 desde 2022, ano em que começaram a circular na capital baiana. Na soma de ações, a capital baiana também ganha destaque por possuir o maior eletroterminal público de recarga para ônibus elétricos do Brasil.
Uma outra iniciativa tem se destacado no transporte público da capital baiana, a fim de reduzir a produção de gases nocivos para atmosfera: a modernização da frota com motorização saindo de Euro 5 para Euro 6. Este último tem a capacidade de reduzir até 77% dos níveis de emissões de gases, se comparado ao padrão anterior.
Energia limpa
Entre as ações em prol do incentivo ao uso de energia limpa está o desenvolvimento da malha cicloviária. Salvador quer chegar a 2034 com 700 km, o que representa mais que o dobro da infraestrutura disponível na cidade atualmente (300 km).
Para alcançar a meta, o município deve investir mais de R$100 milhões, conforme prevê um inédito plano elaborado pela Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) com apoio técnico do Banco Mundial e financiamento do governo britânico, através do UK Pact.