08/06/2021 13h25
Foto: Divulgação
Salvador e região metropolitana (RMS) têm cerca de 14 espaços ocupados por pessoas sem moradia, com mais de duas mil pessoas vivendo nesses locais. É o que aponta o Movimento Sem Teto da Bahia. Uma dessas ocupações aconteceu na madrugada de segunda-feira (7), em um prédio localizado na Avenida Sete, no Centro de Salvador.
O dirigente do Movimento sem Teto da Bahia, Pedro Cardoso, defende mudanças nas políticas habitacionais. Segundo levantamento feito pela Fundação João Pinheiro em 2019, Salvador tem um déficit habitacional de 107.068 mil imóveis.
"Moradia não pode ser vista como mercadoria. Moradia é um direito humano. Enquanto moradia for mercadoria, sempre existirá sem teto”, afirma Pedro.
O prédio ocupado na segunda pertence à Empresa Baiana de Águas e Saneamento (Embasa), e segundo os ocupantes, está abandonado há seis anos. Cerca de 200 pessoas estão no local.
De acordo com o Movimento de Luta pelos Bairros e Favelas, responsável pela ocupação, muitas famílias que estão no prédio moravam nas ruas ou foram despejadas recentemente. Algumas delas, foram afetadas pela crise causada pela pandemia.
"O objetivo é que a gente abra uma negociação com o governo, no sentido de ficar nesse prédio, porque esse prédio resolve a moradia dessas famílias. Ou no sentido de ouvir outra proposta do governo”, diz o presidente do movimento, Gregório Mota.
Parte das pessoas que moram em espaços ocupados vivem em casarões do Centro Histórico de Salvador. De acordo com a Defesa Civil, dos 1.429 casarões cadastrados, 70% estão com moradores, sejam donos dos imóveis ou pessoas que ocupam esses locais.
Desse total de prédio cadastrados, 128 estão com alto risco de desabamento. Sobre a situação, a Defesa Civil disse que monitora esses locais. A prefeitura informou que realiza monitoramento de imóveis antigos da cidade e que realiza vistoria técnica nos casarões antigos.
“Se for ocupação irregular, eles são notificados para desocupar o imóvel e são encaminhados para o cadastro do aluguel social”, informa a subcoordenadora de Áreas de Risco, Rita Jane Moraes.
Sobre a ocupação do prédio no Centro Histórico, a Embasa disse que abriu Boletim de Ocorrência e vai buscar as medidas legais cabíveis. A Secretaria de Desenvolvimento do Estado ainda não comunicou quais ações vão ser aplicadas às famílias que ocupam o local.
Fonte: G1