Foto: Valter Pontes - Secom

O Itaigara Memorial, no Caminho das Árvores, será o primeiro hospital que vai atender exclusivamente pacientes de casos mais graves do novo coronavírus (Covid-19). A unidade, requisitada administrativamente pelo município para auxiliar no combate à pandemia, deve começar a funcionar no próximo dia 6. O hospital terá 47 leitos equipados para enfrentar o coronavírus, inclusive com respiradores.

"Serão 198 colaboradores trabalhando aqui. Fizemos o chamamento público para que uma organização social se habilite para operar a unidade e faça a complementação de equipamentos e mobilização de profissionais", disse o prefeito ACM Neto. 

A Prefeitura já fez a requisição administrativa do Wet'n Wild, onde serão instalados, inicialmente, 50 leitos. Hospitais contratualizados pela Prefeitura, como o Santa Izabel e o Português, também ampliaram os leitos (14 e 6 novos, respectivamente). 

As Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Prefeitura criaram 35 novos leitos, com os ajustes feitos pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS). E o Hospital Municipal terá 20 novos leitos. Todas essas unidades continuam atendendo pacientes em geral, ao contrário do Itaigara Memorial, que será exclusivo para o enfrentamento ao coronavírus. 

"Para custear essa ampliação do sistema de saúde, já determinamos o contingenciamento de R$230 milhões do orçamento municipal. E estamos buscando outras receitas, inclusive junto à iniciativa privada. Também aguardamos a liberação de recursos do governo federal, que não devem cobrir, entretanto, nem 30% de nossas despesas. Mas estamos fazendo a nossa parte. Não ficamos de braços cruzados esperando", disse ACM Neto. 

O prefeito citou como exemplo de recursos da iniciativa privada a contrapartida de R$12 milhões que a Tecon Salvador dará à cidade para a realização de obras no Porto de Salvador. "Esses recursos seriam destinados para a construção de um empreendimento no Porto na área de passageiros, voltado para o entretenimento e lazer. Mas suspendemos isso e iremos concentrar esses recursos no enfrentamento ao coronavírus", disse.

Moradores de rua

A partir deste sábado a população em situação de rua de Salvador conta com uma unidade de acolhimento institucional provisória, com capacidade para 160 pessoas adultas, de ambos os sexos, na Travessa Bom Gosto, na Calçada (próximo ao Largo da Calçada). 

O serviço socioassistencial será administrado pela Agência Adventista para o Desenvolvimento e Recursos Assistenciais Leste, através da parceria firmada com a Secretaria Municipal de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre). Consiste no fornecimento do serviço de acolhimento, pelo período de até seis meses, neste momento de calamidade e emergência em função do coronavírus. O investimento é de R$ 1.846.776,79.

Antes de entrar na unidade, os usuários passarão pelo protocolo de acesso, elaborado em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que consiste na avaliação prévia das condições dos acolhidos, para realização dos encaminhamentos necessários: acolhimento, observação ou tratamento médico. 

No local, as pessoas poderão contar com acolhida, alimentação, espaço para higienização pessoal e de pertences, além de atendimentos que visam o desenvolvimento do convívio familiar, grupal e social, cuidados pessoais, orientação para acesso à documentação e atividades de convívio e de organização da vida cotidiana. 

Durante o acolhimento, também será realizada mobilização para identificação da família extensa ou ampliada, e articulações com a rede de serviços socioassistenciais, bem como com os serviços de outras políticas públicas setoriais e de defesa de direitos.

Comércio

Neste sábado (28) passa a valer o decreto publicado pela Prefeitura ordenando que o comércio de Salvador com área superior a 200 metros seja suspenso. Isso vai valer até o dia 4 de abril, junto ao decreto de fechamento dos shoppings e centros comerciais da capital.

Só poderão funcionar farmácias, supermercados, padarias, açougues, lojas de material de construção e de limpeza, oficinas automotivas de qualquer tamanho e petshops, assim como os estabelecimentos que vendem insumos e equipamentos de saúde.

Para os supermercados, pelo decreto, pessoas com diagnóstico de câncer e em uso de medicamentos imunossupressores devem ter atendimento exclusivo. Quem não se enquadrar sofrerá punição como multa ou cassação de alvará de funcionamento.